sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um viva ao ginko

O ginko me reanimou um pouco. Consegui produzir um pouco mais e também resolver algumas coisas que estavam pendentes. Meu raciocício melhorou. Este vínculo com os efeitos colaterais dos medicamentos para o transtorno me irritam as vezes. Sei que preciso deles e não vou parar de tomá-los naturalmente.

Estou um bocado desistimulada


Ontem fui caminhar, mas o fato de ter caminhado demais ante-ontem me deixou quebrada. Não consegui fazer o trajeto que faço normalmente, ao contrário. Assim que vi um portão aberto entrei para cortar caminha. Minha intensão era encontrar o Ginásio de Esporte e sair. Eu nunca tive senso de direção mas sai em um lugar oposto ao que pretendia. Imaginando que estava certa, caminhei um bocado antes de perceber o erro. Achei o caminho estranho, mas imaginei que nunca o tivesse observado bem. Estava longo e escuro e confesso que fiquei com certo medo. Por um momento em devaneio imaginei que tivesse passado um tempo a ponte de tudo mudar. Logo voltei a mim naturalmente. No fundo eu preferia saber que estava perdo de minha casa, mas é claro que não estava. Tive que parar em uma escola e pedir que me chamassem um taxi.
Graças a confusão geográfica cheguei em casa tão cansada que apenas tomei um banho rápido, preparei o jantar e fui me deitar. Hoje estou cansada e aérea. Com dores muscalares por todo lado. Vou intercalar os dias para andar, pois esta experiência foi catastrófica.
Quanto ao meu emocional estou em alerta sobre todas as coisas. Sinto que ainda existem reflexos da dose excedente do remédio apesar de ter sido há três dias. Isto demonstra o quanto não posso utilizar deste artifício em momentos de dificuldade, pelo menos não dois dias seguidos.
Tenho que tomar uma decisão finaceira e estou preocupada e temerosa. Estou adiando-a desde o início da semana para não cometer erros, mas acho que de hoje não pode passar.
Estou um bocado desistimulada. Não digo que chego a estar depressiva, mas com certeza não estou em meu estado normal.
O tempo tem passado cada dia mais rápido.
Continuo preocupada com minha dificuldade em me concentrar e produzir como devo, mas não sei o que fazer a respeito. Tomei um comprimido de ginko que um colega de serviço me deu. Vamos ver se me ajuda melhorar.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Liberando as endorfinas


Ontem caminhei muito, tenho caminhado mas como ontem não. Estou sentindo todos os meus músculos doloridos e um cansaço grande. Valeu a pena de qualquer modo, liberei endorfinas e não fiquei enjaulada em casa como fazia a uns meses atrás.
Vou procurar ficar bem comigo mesma em primeiro lugar. É uma nova luta visto q sempre necessito incentivos de terceiros para ficar bem, o que é errado naturalmente.
Hoje tive acupumtura e ainda estava sentindo a rigidez muscular e espasmos leves na mão esquerda. A fisioterapêuta fez um ponto que é diurético e vai ajudar o excedente do medicamento sair do meu organismo.
Estou calma hoje, especialmente após a andar ontem e a acupumtura.
Sinto-me preocupada pois estou produzindo pouco no trabalho. Tenho uma dificuldade para me concentrar e avançar com as coisas, não sei o que está acontecendo.
Esta também é uma luta que preciso vencer.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ficar em estado de vigília é difícil, mas necessário


No final da tarde de ontem tive uma surpresa. Ótima se não fosse um tanto tensa. Uma proposta para diálogo que me fez explodir de alegria, ao mesmo tempo até o diálogo começar da maneira apropriada foi mais de uma hora de auto-controle, nervosismo, angústia e ansiedade de ambas as partes. Os sintomas pela dose dobrada do remédio, mencionado anteriormente, já estava passando, mesmo assim em continuava trêmula e com batimentos cardíacos bem acelerados pela própria situação. Aos poucos a conversa foi chegando a um ponto comum, digo quase que inteiramente comum. Foi bom. Há uma coisa entretanto que quebrou durante esta situação, talvez o fato de que um dos pontos resolvidos foi uma espécie de delimitação de tempo e espaço que me deixa muito desconfortável, pois este não é meu jeito de ser. Porém, quando buscamos alcançar certos objetivos, temos que nos conformar com algumas situações que não são tão confortáveis assim. Francamente, tenho um certo receio de agir por linhas pré-determinadas. Este não é meu jeito de ser, mas mesmo assim, pesando os pós e os contras achei por bem me aceitar e tentar me adaptar a situação. Com o tempo vamos saber se valeu a pena ou não.
Hoje estou um tanto apática. Sai do estado de choque e alteração medicamentosa, mas não voltei ao meu normal ainda. A delimitação vai me fazer ficar em constante estado de vigília e isto é um tanto complicado para mim, mas nada impossível.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Deixar o tempo aplacar nossas dores


Minhas ainda mãos estão trêmulas, a impregnação continua, especialmente na mão esquerda. Sinto uma sensação leve de frio, calor e formigamento nos membros inferiores e superiores. Um pouco de formiigamento na boca. Sei que dobrar a dose de um dos medicamentos por conta própria dois dias seguidos foi demais. Mas precisava me conter, me acalmar. Hj volto ao normal com a dose prescrita. Por um lado estes efeitos colaterais me assustam um pouco, mas por outro sei que precisava da dose excedente para me me manter estável e ver as coisas como precisavam ser vistas. Acabo de expor meus pontos de vista como uma forma de escape. Na vida tudo passa as alegrias, mas também as tristezas, então é deixar o tempo aplacar nossas dores.

Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus


Fui, pela manhã, a uma oficina sobre criatividade. Ambiente gostoso, palestrante nos deixou atentos o tempo todo, mas minha tristeza é notória. Como dormi muito pouco a noite perdi a hora de levantar e acabei indo de taxi. Ontem me esqueci de tirar dinheiro, também com tanta confusão... Ao chegar percebi que a primeira atividade pós relaxamento já estava acabando e fiquei bem intimidada com isto. Quando houve proposta para o exercício estava presa. Intessante que fiz o exercício com leveza no lápis o que não me é peculiar. Até mesmo ao começar anotar algumas coisas o fiz com uma letra minúscula e leve e só com a continuação da oficina e minha familiarização pude ir me soltando. Aquela não era eu. Até a avaliação restringiu-se a escolha de opções, sem qualquer comentário adcional. Realmente é de se estranhar tudo isto, por outro lado estou bastante triste e introspectiva o que provoca tal situação.
Agora vou dar início às minhas atividades no trabalho. É o que de melhor tenho a fazer, além de esperar em Deus é claro.
Já fiz tudo o que estava ao meu alcance agora é me disciplinar e ouvir a palavra de Deus que diz: aquietai-vos e sabei que eu sou Deus. Não é fácil, mas é o certo a fazer.
Há momentos que o ditame dos policiais americanos aos presos são a mais pura realidade: "tudo o que você falar poderá ser usado contra você". Confesso que para alguém como eu isto é um exercício de força anormal a fazer.
Tudo o que preciso é me manter equilibrada, não permitir que a tristeza me leve a depressão e nem que o desânimo me acometa agora. Peço que Deus me ajude, pois ninguém poderá me amparar melhor.
Tenho que seguiir com meus sonhos, planos e propósitos sem esmorecer e de pronto sei que não será fácil.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Minha intensidade é uma faca de dois gumes


Minha intensidade assusta e me afasta dos meus relacionamentos. Para mim o estar junto é algo tão agradável que quero fazê-lo o tempo todo. Faço isto com muita naturalidade para mim, porém não na visão do outro. O outro, desacostumado com alguém capaz de se doar tanto, reprime-se e afasta-se. Não é um ato pegajoso, mas absoluto e pleno.
Quando eu tenho alguém o meu mundo se volta para a pessoa de forma total. Eu vou compreender as coisas a minha volta e vivenciá-las, mas minha prioridade é o ser amado. Você pode pensar que neste momento esqueço-me de mim, mas não. Ao contrário, eu vivo o melhor e mais verdadeiro de mim que a a plenitude.
Além disso, sou traída por minha autenticidade e espontaneidade. Uma transparência que sempre me despe emocional e psiquicamente. Também isto é armadilha contra mim mesma. O interessante é que a pessoa não me vê como de fato sou e sim como uma ameaça. Estou ali, despida e entregue, sem restrições, sem demagogias, pronta para captar o melhor do outro e ajudá-lo a perceber isto. Pronta para oferecer o meu melhor sob todos os aspectos. Mas na verdade sou uma ameaça a mim mesma que, camuflada de despojo, afasta de mim os que amo.
A fidelidade de meus atos e emoções e sua lealdade trazem a tona situações que "deveriam" passar despercebidas. Se fosse possível que a pessoa visse a energia, amor e dedicação expelidos de mim no momento de cada troca, a cada palavra e gesto saberia compreender a veracidade do que digo. Porém, mas quando vê somente o que digo sem compreender os sentimentos que estão envolvidos detém na maioria das vezes palavras e fatos que não lhe são bons ou convenientes.
Não sei se consigo ser clara, talvez eu esteja apenas devagando. O que desejo realmente é expressar o meu desejo intrínseco de estar e fazer feliz a alguém. O preocupar-me com o outro, o estar antenada a tudo que pode ser útil, bom agradável e lhe permitir ser uma pessoa melhor.
Talvez isto seja errado, eu não sei. Sei apenas que deixar de ser assim é negar a mim mesma.

domingo, 25 de abril de 2010

Histórico da minha doença ao Dr. Marcelo, psiquiatra 16/10/2003


Tive que escrever, pois já naquela época minha memória já não ajudava muito. Além disso, eu não tinha consulta marcada, nem plano de saúde e não estava me dando bem com a medicação. Precisava passar todas as informações possíveis no Pronto Atendimento e sabia que sem escrever não conseguiria.

Dr. Marcelo
De 2001 para 2002 estive em tratamento com o Dr. Antonio, com Síndrome do Pânico e Depressão Profunda, paralelamente fazia tratamento com um Psicólogo Clínico Dr. Jamiel. Melhorei muito, porém continuei a ser compulsiva tanto com comida, quanto com gastos desnecessários e incontroládos.
Em fevereiro de 2003, decretei falência a mim mesma. Não o fiz publica, nem oficialmente, só através de documento pessoal e conscientização. Vale dizer que até então não aceitei minhas limitações e nem ainda, mas decidi que iria lutar para isto. Naquela época busquei ajuda, principalmente por causa da minha situação financeira.
Enquanto tinha UNIMED fiz um tratamento com a Dra. Marília. Logo que sai da UNIMED por absoluta falta de dinheiro, me conveniei pela COPUS, onde comecei me tratar com Dr. Oswaldo e depois com Dra Giane. Também cancelei aquele convênio e dei início ao meu tratamento via CECOM/UNICAMP onde permaneço até hoje.
No relatório que a Dra Giane fez para o CECOM, informou os CIDs diagósticados por ela: 41.0; 50.4 e 63.8 e os medicamentos prescritos: Alprazolan 1 mg e 1 cápsula de fluoxetina 80 mg (manipulada).
Eu me sentia bem porém andava cansada e um pouco sonolenta. A compulsão financeira estava sob controle , mas por comida não.
Os medicamentos foram utilizados até a terceira consulta no CECOM, quando passei a utilizar cloridrato de paroxetina 20 mg, mas o alprazolan permaneceu. Eu passei a me sentir excessivamente cansada, sonolenta o que me fazia me dormir sempre que não estava trabalhando. Tinha sonhos muito atribulados e acordava muito cansada. A compulsão por comida estava a todo vapor.
Na última consulta, apesar de manter a paroxetina mudou o alprozolan para "paranvolil" gotas. Senti-me péssima. No primeiro dia fiquei completamente dopada, no segundo apesar de reduzir a dose me senti muito mal, o sono aumentoui sobremaneira e não só a noite, não consegui trabalhar. No terceiro dia (hoje) voltei por conta própria para o alprazolan 0,5 mg e melhorei um pouco do sono, mas estou inquieta, irritada e ansiosa. Não sei o que fazer. Tenho vontade de parar com tudo, mas temo as consequências.
Preciso que me ajude por favor. Preciso ter muita disposição para trabalhar bem, para ter tempo para meus filhos, marido, pais, minha casa e também para mim mesma. Por favor, não posso viver dopada, nem alucinada. TEM QUE HAVER UM MEIO TERMO, UM EQUILÍBRIO. Deve haver um tipo de medicação ou método mais natural de produzir serotonina sem que sejam essas medicações tão fortes. Talvez fitoterápicos, homeopatia, eu não sei. Só sei que preciso que me compreenda e ajude. Preciso ser ativa, estável, equilibrada, quero ser normal, por favor.
Muito obrigada.
Teresa...

Interessante como nesta carta eu apontei para o meu problema real, o Transtorno Bipolar. Incrível como ele não foi percebido antes do surto. Minha busca por meio termo, por equilíbrio era algo desesperador.
Eu estava sofrendo demais naquela época. Lembro-me que minha luta para aceitar minhas limitações era horrenda. Para quem sempre foi dinânima, capaz, independente, líder aquilo era horrível. Aquela pessoa incompleta, desanimada, caída não era eu. Onde eu tinha me perdido meu Deus? Esta era uma pergunta que eu fazia a cada minuto. Quando me vejo bem hoje, apesar as muitas lutas e limitações sei que eu não era ela mesmo.
Certa vez eu disse a um dos meus psiquiatras, em uma das fases em que me recuperei - este medicamento me deixa tão dinâmica gosto de estar assim. E ele me disse, pelo seu histórico, o medicamento a ajuda a voltar ser você mesma.
É como um atleta que perde parte da perna e volta correr nas paraolímpiadas com uma prótese e vence. Ele voltou a ser o que era graças a próteses e não a próteses o fez diferente. Ninguém consegue tirar de si aquilo que não tem.
Por isto eu quero muito que pessoas sejam alcançadas por estes meus depoimentos. Não é fácil me despir de tal modo. Colocar minhas fraquezas e vulnerabilidades tão a mostra para ser contestada e julgada. Mas o que me vale é que pessoas que tenham o meu problema ou outro semelhante se identifiquem e busquem ajuda. Que não tenham que percorrer uma estrada tão longa e dolorosa para só então serem tratadas.

A vida é mesmo assim


Uma angústia me consome sem nenhuma notícia de você.
Ontem o percebi absorto, olhando para o nada.
Tentei compreender e não obtive resposta.
Minhas mãos estão trêmulas, a circulação falta às vezes;
Minha mente divaga em preocupações.
Tento relembrar o dia de ontem para compreender algo nas entrelinhas.
Minha memória não ajuda em nada e me deixa ainda mais irritada.
Lembro-me apenas de nós. E estávamos felizes. Apesar de eu ter programado coisas de última hora, o que você detesta você parecia bem.
Como não consigo me acalmar decidi tomar um citalopran excedente.
Meu pai ligou a pouco avisando que minha vizinha. Mulher dinâmica, trabalhadora, 64 anos, sempre preocupada com a saúde. Um infarto e ela se foi.
Acabo de voltar da casa, pois não irei ao velório.
A situação dos familiares me reportou a perda de meus entes queridos. A dor é inevitável não só pela morte da Léo a quem conhecemos há anos, quase que a vida toda, mas pelas inevitáveis lembranças dos que se foram.
A vida é assim, em um instante deixamos de existir. Por esta razão cuido de viver cada minuto. Precisamos estar sempre prontos e bem com Deus. Isto é bem difícil para nós mortais pecadores. Só Jesus para nos ligar ao Pai, pois a morte é inaceitável sem Ele.
Meus pensamentos estão desordenados, mas há nexo até mesmo no desconexo.
Quando ouço sobre a morte de alguém, lembro-me dos meus entes queridos que se foram.
Volto através dos anos na lembrança e vejo a sala da casa de meus avós, pessoas a volta de um caixão e por toda parte. Homens de terno e mulheres de roupas pretas ou cinza por toda parte. Choros e cheiro de vela. Desmaio de minha tia e mãe e tristeza absoluta no ar. Eu ainda pequena. Vivia pendurada nele em todo canto. Lembro-me que me sentava aos seus pés enquanto ele preparava seu cigarro de palha sentado na cadeira de ferro na área de casa. Ainda sinto o calor do sol que fazia ali à tarde. Eu ficava matraqueando sem parar ao lado dele, contando coisas que havia feito ou que queria fazer.
Minha avó materna quando partiu me deixou desesperada. Minha grande amiga e companheira. Pensei que enlouqueceria. Não chorava na frente das pessoas, mas me desfazia em lágrimas e soluços no banheiro de casa. Os dois velórios foram na casa deles, meus avós. Naquele tempo era assim.
Depois o meu tio João, todos aqueles meses de sofrimento horrível com o câncer.
Ele já havia sofrido o tempo todo.
Lembro-me dele magrinho no hospital e minha prima Glória sempre presente.
Depois o tio Paulo e tia Alice, não fui vê-los, mas senti. Não de chorar com lágrimas, só com sentimentos.
Um namorado dos tempos de adolescente, o Beto, atirou-se na frente de um caminhão, não estava bem psicologicamente é claro. Mas não fui ao velório, só soube muito tempo depois.
Quando a Lia morreu desmoronei. Eu a amava muito. Estava no final de minha gravidez, felizmente o Rafa veio para preencher a lacuna que tinha ficado.
Depois meu primo José Luiz, como eu amava aquele primo. Éramos da mesma idade e sempre fomos muito amigos.
Quando foi minha amiga Simone, nossa que choque. Sabia o quanto ela estava sofrendo com um tumor na cabeça. A última vez que a visitei ela mal me conheceu, por um único momento fez um gesto com a cabeça que demonstrou que eu era importante para ela. Mas não a lembro ali prostrada naquela cama, cadavérica e incapaz, nem cheia de dores. Ainda me lembro dela vindo me buscar para sair, ir a Igreja. Aquela mulher alta, esguia, bonita e inteligente. Sempre a vejo em pessoas pela rua. Não seu espírito, mas sei jeito se assemelha as pessoas. Lembro-me dos seus gestos e trejeitos.
O tio Zé estava na UTI quando fui visitá-lo. Estava em coma mas falei com ele e ele apertou minha mão mesmo sem abrir os olhos. Foi uma cena incrível. Gostava demais dele. Queria que ele saísse desta, mas sabia que não iria sair.
Ainda me lembro do meu tio Luiz bonito e sorridente. Apesar dos problemas de relacionamento que minha tia Raquel tinham formavam um casal lindo. Sempre muito educados e atenciosos um para com o outro.
Então foi meu golpe maior, a perda da minha tia Tana. Ela estava com câncer e sofrendo muito e em sã consciência não a queríamos assim. Eu que era totalmente ligada a ela sofri aos rodos. A cada definhamento, a cada incapacidade dela sofri. Vê-la não sendo mais a líder e auxiliadora de toda família, a mulher mais forte que jamais pude conhecer. Sua garra, força e coragem sempre foram um exemplo de vida para mim e para todos. Sua proteção e cuidado era algo insuperável humanamente falando. Um espírito de doação inigualável aos nossos olhos. Outro dia comentava com meu filho de como ela era ímpar. Quando meu irmão mais velho e eu éramos pequenos morávamos com ela. Sempre que recebíamos visitas da família ficávamos ouvindo histórias assombrosas do tempo da fazenda. É claro que quando íamos dormir ficávamos com medo, então os dois invadíamos a cama de solteiro dela e nos escarrapachávamos para dormir, francamente não compreendo onde é que ela ficava. Bem, não é necessário dizer o quanto sofri com a morte dela, mesmo sem ter chorado na frente de ninguém, Solucei noites e noites sentindo sua ausência.
Tio Alberto se foi e apesar de considerá-lo éramos mais distantes.
Então foi a tia Leonor, aquela era outra tia que pensei que fosse durar para sempre. Ela amava contar histórias engraçadas, vivia andando de um lado para outro, aos oitenta anos ainda tinha disposição para viajar sempre visitando os parentes e amigos. Na última vez que a visitei fiquei inconformada ao vê-la parada em uma cadeira de rodas, mal falava, nem sempre reconhecia as pessoas.
Depois morreu o tio Jorge, não fui ao velório. Ele também vinha doente há alguns anos, mas era uma doença psíquica, fisicamente estava bem.
Quando recebi a notícia da morte da tia Ana eu fiquei estática, naquela época eu andava depressiva e apesar de querer me despedir dela e abraçar os parentes não consegui ir. A tia Ana era uma daquelas tias bonachonas, delicada e elegante. Amava ouvir as histórias dela. Sempre contava coisas que minha tia Tana gostava de deixar passar. Quando vinha nos visitar era sempre uma festa. Sua presença era deliciosa. Infelizmente nos últimos anos passou a remoer coisas tristes de sua vida e ao invés de permanecer sendo aquela pessoa alegre passou a ser uma mulher triste e amargurada.
Então foi a vez da tia Rosa, tão querida. Sempre muito falante. Seu jeito de italiana era engraçado e acolhedor. Uma das tias muito próximas e queridas. Umas semanas antes de sua morte veio nos visitar e conversamos muito. Felizmente estava em casa naquele dia, foi maravilhoso poder guardar aquela imagem alegre dela.
O fato é que eu raramente choro, hoje talvez até pelos medicamentos que me acalmam. Mas eu sempre fui durona mesmo, não que não sofresse demais por dentro. Só me vi chorando a rodos quando estive depressiva. É como se o choro não fizesse parte de mim.
O citalopran excedente me deixou bem calma. Apesar do desejo de notícias suas, consigo me manter tranqüila.
Como meu filho não voltará hoje de viagem vou me deitar e dormir para começar a nova semana bem disposta.
Espero que amanhã possa compreender tudo o que houve e saber que você está bem.

sábado, 24 de abril de 2010

O dia de hoje - um turbilhão me atordoa



Gente eu acordei atordoada com as coisas que tenho a fazer hoje. Como é de meu feitio, sempre que me vejo frente a um amontoado de coisas a fazer eu não arregaço a manga e dou início a elas, ao contrário, prosto-me.
Virei-me para o outro lado da cama e voltei a dormir até as 11 horas. Só acordei com o telefone da sala tocando. Era uma destas ligações falando que meu relacionamento com o banco "tal" é excelente e blá, blá, blá... Não sei como podem ser tão mentirosos e se esforçarem tanto. A gente já está até o pescoço e querem acabar mesmo com você.
De pronto disse a Call Center que não tinha interesse e apressei-me em desligar a chamada.
Voltei para a cama no intuito de voltar a dormir. Tentei, mas logo em seguida o celular, que estava embaixo do travesseiro tocou. Despertei imediatamente. E era uma amiga me contando sobre uma ligação que tinha recebido de um paquera.
Tão logo desliguei senti fome o que me fez criar coragem para me levantar e tomar meu café da manhã.
Desde então entrei no computador para ler meus e-mails, visitar sites, publicar no recanto e escrever aqui no blog.
Pretendo acabar por aqui e ir limpar minha casa que está uma bagunça mesmo.
Como gostaria de não precisar mais nada que não estar aqui no computador até a hora de meu namorado chegar, mas tenho que ser realista e não há como ser diferente.
Hoje pretendo adiantar ao menos um capítulo do livro, mas só o farei após terminar com a casa. Preciso aproveitar que meu filho está viajando para usar o computador.
Nossa como me faz falta um computador só meu. Há tantos momentos que tenho inspiração e escrever em papéis avulsos resolve parcialmente, pois depois preciso passar para o micro de qualquer forma.
Esta semana decidi que vou começar reescrever e publicar uma série destes papéis avulsos. Eles se espalham pela casa e me deixam muito irritada. Além do que se misturam e quando preciso publicá-los nem sempre os encontro.
Tenho uma vontade louca de viver em um ambiente bem clean. Uma casa com toda organizada e com as coisas que de fato preciso a mão. Odeio o monte de papéis, livros documentos acumulados em todo canto e outras coisas para o dia que talvez precise.
Minha casa me lembra o quartinho de despejo da casa de meus avós. Todas as pessoas da família deixavam lá coisas velhas ou que iriam usar um dia e que não queriam guardar em suas casas. Sonho com um apartamento sem quintal ou minha casa reformada e eu podendo pagar uma ajudante para cuidar dela. Francamente como está hoje fico estressada.
Sem contar meu cachorrinho que fica dentro de casa e nos deixa loucos.
Mas não adianta pensar em coisas que no momento são inalcansáveis. Tenho meu amontoado de compromissos de renegociações que fiz em virtude das dívidas e agora e tempo de cumprí-los e não de aumentá-los.
Tomei meus remédios junto com o café da manhã, o que não é o normal. Sempre faço isto logo pela manhã. Fiquei aqui por mais de uma hora para só então absorvê-los e minha mente ter claras as minhas prioridades de hoje.
Queria que o dia fosse muito mais extenso. Queria poder terminar tudo que programasse em um só dia e sempre começar o outro do zero. Sei que isto é utopia e que a maior parte das pessoas se sente como eu. Entretanto, eu tenho a sensação de que todos, ou a maior parte das pessoas consegue dar conta de tantas coisas que planeja e eu sempre atropelo umas as outras.
Sempre fui imprevisível. Até gostava de me programar para determinadas coisas, mas programações e cronogramas não foram coisas que consegui cumprir a risca, salvo exceções naturamente. Mas preciso mudar para conseguir me organizar melhor, não há outro meio. Porém não sei ao certo como fazer isto. Minha lentidão de determinados momentos me atrapalha demais. Já falei do uso da agenda e tenho procurado manter-me nela. Confesso que não tem sido fácil, tenho me perdido demais e há momentos que são tantas as pendências que se acumulham e transcrevê-las de uma página para outra como baixar as que consegui cumprir toma tempo demais.
Continuarei, é claro, lutando para acertar isto.
Tenho sentido falta de alguns amigos que antes conseguia ver em um tempinho e outro. Preciso resolver isto pois eles são muito importantes para mim.
Bem vou me empenhar mais para poder me organizar, mas confesso que pensar nisto faz com que me cabeça doa, pois um turbilhão parece invadí-la.
São 14:25 e me excedi mais uma vez. Fico por aqui por hoje.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

De bipolar para bipolar


Estive comentando em um site de bipolar para bipolar e agora trago o comentário para aqui, pois quem de nós bipolares não esteve se sentindo rejeitado e sem forças. Gordo, feio ou inútil. Então aí vai.

Minha cara, compreendo bem o que sente. Quero entretanto estimulá-la a reagir e também sei o quanto é difícil, mas sei que você é capaz. Sinto uma energia no que escreve e só o fato se expor no blog é a mais pura demonstração que está em busca do melhor. Quanto as dívidas, não são prerrogativas suas, mas precisamos buscar mecanismos para minimizá-las. Eu tomo medicamentos que pego em Postos de Saúde e que são manipulados. Pense nisto. Fale com seu médico. E não desanime. Olhe-se no espelho, "olho no olho". Veja seu lado bom, suas qualidades, somos bipolares não lixos. Você é capaz, tenho certeza. Sinta-se abraçada e saiba que existe mais de uma mão estendida para você. A maior e melhor delas é a mão de Deus, outra delas é a minha. Saiba que você já me fez muito bem com um comentário, permita-me retribuir-lhe hoje. Beijo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Fortes emoções


Tenho vivido momentos de emoções fortíssimas, sejam positivas ou não. A pressão tem sido enorme, felizmente eu estou conseguindo me manter controlada. O apoio e atenção que tenho recebido de meu namorado tem sido cruciais, pois sinto que somente os remédios talvez não dessem conta de tudo. O importante é que o foco para o equilíbrio não me abandona e assim sigo lutando e perdendo batalhas, lutando e vencendo a guerra que é a vida.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Novas observações



Uma sensação de perda me tomou de repente. Uma angústia me aplacou o juízo e quase me fez chorar. Nada muito novo e inédito. Percebo que algumas vezes acontece isto quando tomo remédio pela manhã. Acordo bem como hoje, por volta de 11 horas uma instabilidade depressiva chega e normalmente vai embora depois que faço a pausa para almoçar. Muitas vezes, por volta das 14 h uma euforia leve chega e às vezes permanece até a noite. Não é nada como antes, mas ainda assim são picos muito próximos e preocupantes. Na próxima consulta médica estarei discutindo sobre eles.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Todos os meus amigos e queridos tinham sido arrancados de mim por ele

Eu estava completamente eufórica (junho 2008)

Tinha ido ao Mercado próximo a minha casa onde compro há anos. O gerente me conhece bem e com certeza ficou assustado com meu olhar e comportamento. Eu não sei exatamente como estava, mas imagino que como alguém que usou drogas. Lembro-me que falava alto, contava coisas sobre minhas vendas fantásticas e que queria abrir uma loja dentro do próprio mercado. Na minha fase eufórica falar alto, ter movimentos e pensamentos super rápidos é muito comum, sem contar a convicção que tenho de sou capaz de qualquer coisa.
Eu estava muito bem arrumada. Aliás o que vinha fazendo sempre naqueles dias. Não saia sem me maquear, ter as unhas e cabelos sempre arrumados, estava magra e vestia as roupas de grife que vendia. o que me dava um ar de sofisticação.
Dirigi-me ao restaurante do local, onde encontrei com duas funcionárias conversando na fila de entrada. Uma delas, bem jovem estava quase chorando e contando a outra que havia ficado grávida e que precisaria casar-se, mas não sabia como contar aos pais. Compadeci-me dela, pois meu estado eufórico não me fazia ter menos amor pelas pessoas e muito menos tentar ajudá-las, até porque eu me sentia muito forte e capaz disto naquelas fases. As convidei para almoçarem comigo. Insisti para que pedissem o que quisessem. Elas ficaram encabuladas com o convite e tentaram recusar, mas eu fui incisiva e as fiz sentar-se comigo.
Depois que pedimos eu comecei conversar com as duas, "aconselhar" a moça grávida e lhe dar força. Cheguei até a me oferecer para conversar com os pais dela. Por aí dava para perceber o quanto eu estava maluca, quem em sã consciência ia se oferecer a um papel desse para alguém que sequer conhecia.
No meio da conversa contava minha história de vida e não somente elas poderiam ouví-la, mas os que estavam próximos.
O gerente, meu conhecido deu um jeito de vir ao restaurante e se sentar na mesa defronte a minha e ficava me olhando para ver minhas atitudes. Eu pude perceber que ele pretendia pedir ajuda caso eu continuasse agindo daquele modo, o que continuou afinal era incontrolável. Quando ele pegou no celular eu percebi que ele poderia chamar o SAMU (interessante como um lado de mim também me via em surto). Me apressei a buscar ajuda por mim mesma.
Liguei para meu ex-marido. Implorei que ele viesse me buscar no mercado e que fosse rápido. Ele estava na minha casa com nosso filho. Então assim que recebeu a ligação e percebeu que eu estava muito estranha foi para lá.
Quando chegou me viu com as meninas achou muito estranho. Eu contava coisas como o o fato de meu namorado ter brigado comigo.
Nós estávamos divorciados há uns dois anos. Ele tinha uma namorada, mas éramos bons amigos. Comecei pedir que ele ligasse para o rapaz, meu namorado e dissesse que não levasse em conta as coisas que nos levaram a brigar e que viesse converçar comigo.
Cheguei mesmo a discar e colocar o celular nas mãos dele, mas felizmente ele desligou antes que começasse tocar.
Eu comecei a chorar pedindo a ajuda dele e com bastante esforço ele conseguiu me levar para casa pagando a conta.
Eu continuei numa escalada de euforia, confabulando coisas que imaginava ser corretas. A meu ver eram.
Liguei para minha amiga Roseli. Eu queria que ela deixasse a boutique que trabalhava e viesse gerenciar a loja que eu pretendia montar.
Marquei de visitarmos uma loja que estava fechando e o dono estava arrematando todo o estoque.
Chegando lá comecei separar peças compulsivamente. Um representante, que havia me apresentado ao dono da loja, percebeu meu estado e me conteve dizendo que eu deveria ir para casa e só na segunda voltar para fecharmos negócio com calma. Devo a ele não ter ficado ainda mais endividada.
A questão de vender eu vendia muito bem e ainda tinha vendedoras que me auxiliavam mesmo sem loja. Mas receber era mais complicado, nunca fui boa cobradora. No
caso das vendas tive alguns calotes e demoras para receber muito do que vendi.
A noite eu tive a idéia de forjar que não estava bem com isso minha mente doente imaginava conseguir aproximar as pessoas. Minha mente doentia imaginava que eu fosse conseguir trazer as pessoas para igreja e coisas assim.
Não que eu fosse uma evangélica bitolada ou fanática. É natural que quando nos sentimos bem em determinado lugar queremos ver os que nos são queridos conosco, mas neste caso era um exagero assim como todas as minhas atitudes da fase eufórica.
Entrei para meu quarto, disse ao meu filho caçula que não tivesse medo, pois eu estava bem. Fiquei ali com ele e comecei falar coisas que não faziam qualquer sentido.
Falava isto em alto e bom som de forma que percebi que algumas pessoas se aglomeravam na frente de minha casa, do meu quarto, podia perceber seus cochichos, mas creio que eu as ouvia dizer coisas que não correspondiam ao que realmente diziam.
Quando as pessoas se aproximavam da porta eu dizia que não deveriam entrar.
Em algum momento eu cheguei a dizer: "pamonha de Jesus Cristo" e dava risada pois minha mente doentia achava que isto aproximava as pessoas se aproximavam de Jesus.
Chamei pelo meu psicólogo Jamiel e cheguei a pensar que o haviam chamado e até mesmo o imaginei lá fora em oração.
Meus filhos estavam lá. Meu pai, irmãos, pai, a amiga Roseli e ex-marido também.
A única pessoa que permiti que entrasse no quarto junto comigo e com meu filhinho foi minha amiga. Na minha mente doente eu imaginava que ela era minha aliada. E ela percebendo que meu filho estava assustado, assim como ela própria estava, conseguiu me convencer a deixá-lo sair.
Passei mais de uma hora no quarto praticamente gritando coisas estranhas.
Não sei bem em que momento, mas me convenceram me trocar para irmos dar uma volta.
Assim foi e entrei no carro com meus dois filhos mais velhos e meu ex-marido que mesmo apavorados tentavam me deixar tranquila.
Quando percebi que estávamos chegando ao hospital e vi que meus dois filhos desceram do carro para explicar a situação e pedir que viessem me buscar. Eu acabei facilitando minha internação, pois imaginei que tivessemos ido ver meu namorado que tinha tido um infarto ou sofrido um acidente. Ainda em casa pedi que ligassem para ele, sabia que ele estava dando um curso e imaginei que enquanto vinha para Campinas tinha sofirdo ou acidente ou mesmo passado mal. Soltei do meu ex-marido e entrei correndo pela porta do pronto socorro perguntando onde estava ele.
Imediatamente dois enfermeiros me seguram com força e me levaram para sala de observação onde me colocaram uma camisa de força. Foi o momento mais degradante e deprimente da minha vida. Quando me vi amarrada voltei a mim e passei a perceber o que estava acontecendo. Senti-me a pior das criaturas. O fundo do poço tinha ficado bem acima de onde eu estava agora. Tudo o que temi a minha vida toda acontecera (leia meus dezoito anos e a internação de minha mãe para entender porque). Eu tinha elouquecido.
Queria voltar atrás, mas já não tinha jeito. Eu tinha surtado. Que dor tremenda me tomava, porém eu precisava ser forte e provar que já estava bem.
Mas depois que você é internada com um surto nenhum retorno a realidade é capaz de o tirar dali com tanta rapidez.
... coninua

Um dia bem conturbado


Estou bem preocupada com o que tenho que fazer. Me perco entre as atividades de mãe, dona-de-casa, trabalhodora e escritora. Sinto minha cabeça como se estivesse bem próxima a um enxame de marimbondo ou abelhas furiosas. Fico atordoada e não consigo me concentrar ou ordenar minhas prioridades. Tenho uma sensação de que o tempo corre mais para mim e que minha produtividade passa a ser inferior a dos outros. Quem me dera poder ser apenas mãe e escritora não ter todas as preocupações com horário que hoje tenho. Faltam alguns anos para que eu me aposente, então penso que se Deus assim permitir isto vais me ajudar muito. Preocupar-me com os afazeres domésticos hoje é algo que me vejo obrigada, afinal estou com muitas dívidas. O grande problema é que preciso produzir hoje e me vejo bem amarrada para isto.
Publiquei hoje um breve texto no meu site que diz o seguinte:
Ansiedade, um sentimento que me afronta em todo tempo, nas mais diversas situações. É um desejo de antecipar acontecimentos sem avançar o tempo, apenas para livrar-me do medo. Busca contínua pela liberdade de ser eu mesma em qualquer circunstância. Carisma é algo que almejo ter, mas sinto-me tão incompleta para alcançar as pessoas. Uma insegurança me anela e adorna e em fuga vivo a buscar minha auto-afirmação. O equilíbrio é um tesouro que vivo a perseguir.
Assim como também busco a organização e a ordenação perfeita das prioridades. Mas para mim a inexatidão e a imprevisibilidade me acompanham. Tolerância com o decorrer do tempo tenho aprendido a ter, mas não sempre. Os implusos de reação do que penso me propositalmente me irritar não posso ainda conter. Ser tolerante e sábio é uma dádiva de recompensas que quero receber. Meus momentos de calmaria e estados corentes já são maiores, mas estão bem longe de ser o que desejo. Esta sou eu, uma luta diária para me tornar uma pessoa melhor com a graça de Deus.
Assim vocês podem ter noção do que como estou aflita no momento.
Continuo com meus medicamentos e graças a eles sei que não surtei novamente. Sei que vou melhorar e vou conseguir resolver as coisas mesmo que não seja da melhor maneira possível. No momento estou tentando ver as coisas como se estivesse de fora delas para conseguir me organizar de algum modo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sofrer por antecipação é bobagem

Hoje, apesar de perder meu ônibus e me atrasar, cheguei no trabalho me sentindo muito feliz. Abracei minha amiga como querendo dividir com ela minha alegria.
Ontem dormi cedo e estava mesmo precisando fazer isto. Talvez o sono que estava atrasado tenha ficado em dia e isto me fez tão feliz.
Com o passar das horas uma dor de saudade invadiu meu peito. Não entendi bem tal sentimento. Uma espécie de medo de perder o que de bom tenho vivido.
Agora estou um bocado atordoada, não entendendo bem o que se passa comigo. Não é nada excepcional, apenas uma coisa me incomodando um pouco.
Meus remédios foram tomados todos direitinho, sei lá.
Mas não vou me alarmar porque não é nada sério.
Talvez certas situações ainda mal resolvidas provoquem tais sensações.
Vou voltar ao trabalho e ficar tranquila. Bobagem sofrer por antecipação.
Hoje, apesar de perder meu ônibus e me atrasar, cheguei no trabalho sentindo-me muito bem

quinta-feira, 15 de abril de 2010

o equilibrio é o que conta


Eu estou me sentindo bem, apesar de um pouco cansada e também preocupada com certas situações que são bastante dolorosas.
O importante é que tenho conseguido submergir a cada afogamento.T
Tenho sorrido muito graças a brincadeiras e modo de ser de uma pessoa muito querida. Tantas coisas que eu tinha em mim e buscava em outra pessoa tenho encontrado nele. Somos parecidos demais e isto tem facilitado demais nosso relacionamento pois parece que somos a extensão do outro. É claro que as coisas mudam com o decorrer do tempo e apesar de temer por isto, anseio que não mudemos. Vou pagar para ver, tem me feito muito bem.
É claro que com todo bem estar, vem um mal estar. Coisas que não são apagadas de um dia para outro. Mas tenho encaminhado no novo, muitas vezes com a maior insegurança do mundo, outras com tranquilidade.
Quanto aos medicamentos, sigo com eles todos os diss. Sem o controlador de humor fico bem por uns dias e em seguida já começo a sentir as oscilações frequentes. A tristeza e alegria, absoluto cansaço e euforia me tomam. Não me importo com a medicação contínua, o que quero é ficar bem. Se eu disser que amo tomá-los é claro que minto, gostaria de não precisar deles, mas se preciso os tomo afinal o equilíbrio é que conta.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ante-ontem sai na correria pela manhã e não tomei meus remédios. Nenhum deles. Estes últimos dias têm sido bem cheios de atividades. Em especial ante-ontem fiquei sabendo que o Rafa iria viajar com o pai mais uma vez e fiquei extremamente triste. Já tínhamos combinado que ele iria conosco a uma festa de quinze anos, mas de repente tudo mudou. Uma carga negativa enorme tomou conta de mim e apesar de toda paciência do Adilson eu não consegui me recuperar naquele dia. Deite-me por volta de dez e trinta e desmaiei. Ontem acordei muito triste e chorando. Apesar de atrasada pela manhã devido as várias coisas que tive que fazer antes de vir para o trabalho não deixei de tomar meus remédios. Ontem a noite saimos com o Rafa, demos boas risadas e estou muito melhor, ainda não completamente bem.
Espero que o fim-de-semana seja bom para descansar e relaxar apesar de que estou com muita coisa na cabeça e portanto me sentindo atordoada e confusa.
Mas firme em busca da vitória.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

2/4/2010


Hoje estou experimentando uma expectativa. Acontecimentos que podem alterar o rumo das coisas. Estou tentando não pensar muito a respeito, relaxar, mas a taquicardia é inevitável. Felizmente meus controladores de humor me mantêm menos agitada. Consigo controlar os pensamentos e as ações. Coloco diante de Deus minha vida e peço que tudo esteja no controle de Suas mãos. Não quero forçar nada, não quero impelir ninguém a qualquer atitude que não seja da vontade de Deus. Apenas quero me acalmar e descansar Nele, mas confesso que não é tão simples assim. Como tem sido a cada dia é lutar e lutar para vencer. Uma luta e4 uma vitória de cada vez.
Ontem estive com uma grande e tão querida amiga, daquelas que já viveu comigo ótimas e péssimas fases da vida. Foi delicioso estar com ela. Melhor ainda foi saber que na última vez em que estivemos juntas foi na casa de uma outra amiga em comum. Naquele dia estive mostrando o blog para elas e o objetivo do mesmo foi alcançado. Nossa amiga tem tido vários problemas de comportamento e nunca conseguiu detectar a razão de todas aquelas variações.
Como eu durante todos os anos antes do diagnóstico de transtorno ela tem tido uma via muito atribulada e metido os pés pelas mãos tantas vezes.
Quando começamos ler e falar sobre o transtorno ela se identificou com meu problema e no dia seguinte foi ao médico e foi encaminhada para tratamento com diagnóstico a ser investigado para transtorno bipolar.
Espero em Deus que seja o transtorno ou outro problema psíquico que ela tenha possa conseguir o equilíbrio como eu tenho conseguido.
Não há nada melhor do que nos sentirmos em paz, com capacidade de raciocínio não comprometida, com força para viver, enfim...
Estou preocupada com o sobrinho do meu filho, recém-nascido foi internado com pneumonia. Que em nome de Jesus ele possa sair desta situação rapidinho e voltar lindo e forte para o convívio da família.
Situações assim me fazem lembrar a dor que senti quando meu mais velho foi internado aos seus meses, felizmente pude estar com ele o tempo todo, mas como me sangrava a alma a cada tentativa de achar veia, a cada picada de injeção. Felizmente Deus permitiu que nós saímos vitoriosos ele e eu. Não sei se ele consegue ter alguma lembrança daqueles dias, creio que nenhuma, mas até hoje choro quando ouço os ecos do chorinho dele em minha memória.
Estarei indo logo mais visitar meu querido mestre, escritor e amigo Fábio Renato Villela. Nossa quanta saudade. O Fábio é daquelas pessoas tão energizantes que se a gente fica muito tempo sem ver começa se sentir fraco. Um homem que merece todo louvor por sua força e coragem interiores. Lutando contra um câncer por mais de dez anos ele é um pai exemplar e adorável. Seu filho Thiago é um jovem talentoso que sem dúvida herdou muito mesmo do “papito”. Conosco ele se esmera em cuidados, sorrisos e gentilezas. Está sempre pronto a dar uma palavra amiga e passar hora filosofando. Se não fosse por ele eu jamais teria publicado meus escritos não só aqui no blog como no recanto. Minha gratidão a você meu amigo e irmão, amo você demais.