quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pessoa mescla

Pessoa mescla

Sou esta pessoa mescla.
Ora tão menina, ora tão mulher.
Ora tão leoa, ora tão pantera.
Ora uma pássarinho livre,
Ora um pássaro preso e solitário.
Ora canto, ora encanto.
Ora assusto, ora me amedronto.
Ora ora, esta sou eu.
Ora ora

sexta-feira, 25 de junho de 2010

25/06/2006



Trabalhei o dia todo hoje.
Depois de uns dias em que estive muito preocupada com a doença de minha mãe, correndo com várias coisas, perdendo materiais grandes, fruto de trabalho de dias, que já estava praticamente pronto para revisão e outros problemas pessoais estou bem, apesar de ter ficado muitíssimo abalada e em oração com o atropelamento e estado de saúde da mãe da Regina, minha grande e muito amada amiga. Agora acabei também de ter notícias de que o último irmão vivo da minha mãe, o caçula, foi internado as pressas, fará uma ponte safena e já não reconhece ninguém, Também me intristeço, especialmente por serem de Londrina e não estarmos em condições de estar ao lado de minha tia Angélica e Mana, como chamamos prima querida, além dele de quem temos tanta saudade e por quem sentimos tanto amor. Nestas horas em que o coração fica tão apertado com estas notícias de doença nosso consolo e esperança vem do Senhor, pois nossa impotência reina em todos os sentidos, a não ser no de orarmos com fé para que nenhum de nós se perca, nem nós nem nossos queridos, antes sejamos salvos en Cristo Jesus.
Passei dias me recompondo como necessito fazer de tempos em tempos, afinal apesar de estável ainda sou bipolar.Fui visitar a fazenda do IAC com minha nova e já tão querida amiga Márcia, foi um tempo de colocar para fora meu lado menina efazer peraltices em cima de árvores, tirando fotos malucas e dando muitas risadas para poder descontrair dos dias maus. Foi uma terapia fantástica e o aconchego que verdadeiras amizades nos transmitem são refrigérios deliciosos.

Estou ficando feliz por ver as sementinhas do trabalho começando brotar, ainda que muito timidamente. Por outro lado a corria contra o tempo é voraz e avassaladora. Há momentos em que de fato me desespero, mas quando me lembro que sou filha do Deus vivo, compreendo que tudo que tenho ue fazer é minha parte e o resto é com Ele. Assim como nas mãos Dele está a saúde da mãe de minha amiga querida, então é deixar de ser apenas um ser humano comum e passar a olhar as coisas com os olhos da fé.
Só o Senhor é Deus! Amém

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Montanha russa do Transtorno bipolar

Viver, sob controle, na montanha russa do transtorno bipolar sob controle é viver se observando, aceitando limitações e compreendendo a importância constante de ultrapassar barreiras nem sempre transponíveis com a facilidade necessária. É vencer a si mesmo a cada dia...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

16/06/2010 - Segurando por um fio...


Não estou nada bem, aliás desde domingo como já mencionei.HojeTenho tido muita dor de cabeça, hoje tive muito enjoo o dia todo. Não que comi nada de estranho que me lembre, mas meu fígado é bem chato mesmo. Reclama por qualquer coisa. Outra razão é emocional. Apesar de ter entrado de licença-prêmio as coisas não estão correndo como planejei ou necessitav que corressem. Então continuo uma pilha. Além disso, para piorar um pouco mais, parei de tomar minha vitamina e o ginseng. Isto tem feito falta.
Estou desanimada e sem capacidade de execução e solução das coisas. Super preocupada com minha mãe, mas até a próxima semana estamos de mãos atadas novamente.
Também foram muitos os "nãos" que tenho recebido, tenho quase 51 anos e ainda não aprendi a lidar com isto. Aliás sinto que a partir de agora é cada ve mais imprescindível aprender logo.Há "naos" que me fazem ir a luta, mas outros me deprimem terrivelmente... Complicado para minha mente lidar com eles. Não gostamos de perder nossos porto seguro.
No trabalho há alguns dias houve uma proposta que me desestruturou bastante. Compreendo o que o diretor quer, ou seja, inovar. Esta é a palavra de ordem hoje. E a um gerente cabe pensar em todos os processos, fluxos, pessoal, enfim... Eu o entend, mas não nego que a proposta de alterar meu novo mundo me desestruturou sobremaneira.
Também estou preparando material para publicar e lançar na Bienal do livro em agosto. Como todo mundo, tenho que correr, pois as editoras tem prazo para entrar com isto nas gráficas e está super em cima.Tenho tralhado no linux - satux e já tinha preparado, além de outras coisas umas sessenta páginas em um arquivo odt, que salvei como doc.
Antes de começar o trabalho de hoje resolvi organizar minhas pastas, pois vários arquivos estavam fora do lugar e meu arquivo desapareceu. Fiquei arrasada! Depois de mais de uma semana de trabalho perdi tudo. Quer dizer talvez ele até esteja em algum lugar, mas eu desconheço e as pessoas que conheço também não costumam trabalhar com linix, especialmente com satux. Foi muito desagradável, o desânmo que já era grande aumentou e o nervosismo nem se fale.
Enfim, estou recomeçando do zero. Vou tentar trabalhar com arquivos bem menores e é claro fazer back-up.
Se você leitor souber o que devo fazer para encontrar meu arquivo perdido agradedecerei pela informação.
Também o local onde está possível trabalhar, está muito limitado, pois preciso providenciar um roteador móvel, com urgência.
São tantas coisas a providenciar, ou seja "$", se você não s planeja se perde. Mas se demora também se perde.
Fora isto é a vontade de receber boas notícias, sei que parece injusto para uma filha de Deus ser assim, mas o Pai conhece minha pequenez, peço que me perdoe.
Bem, mãos a obra! de nada vai adiantar ficar aqui reclamando.

terça-feira, 15 de junho de 2010

15/06/2010


Ontem eu fiquei tensa durante todo o dia. Mesmo conseguindo me organizar com prioridades e deixar as coisas delimitadas estava uma pilha, aliás desde que me levantei. A tarde e início da noite, devido a alguns acontecimentos eu chorei e parecia querer explodir. Felizmente, depois tudo se acertou, os diálogos fluiram de forma tão gostosa que eu fui consegui me tranquilar mesmo. Dormi super bem e acordei mais tranquila hoje apesar de ter dormido tarde. Estou indo para casa para assistir o primeiro jogo do Brasil. Tomara que vençamos!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Momento de depressão e irritabilidade - Oh Fênix onde esta você?


Oh Fênix onde esta você?

Quando a irritabilidade vem a tona.
Uma tristeza ronda incessante.
Aflora minh´alma em meu exterior.
Sinto-me feia e desajustada.

É momento de parar.
De refletir e mudar.
De descansar e rexalar.
De reerguer, esguiar.

Pois com semblante em terra
nada hei de conseguir.
Por mais que esteja em em guerra.
Preciso lutar, ressurgir.

Oh Fênix onde esta você?
Que das cinzas resplandece
e em nova vida renasce.
Chega, vem, te necessito.

14/06/2010

Hoje estou uma pilha de nervos. A quantidade de coisas a fazer aqui no serviço, em casa, para a bienal estão me deixando de cabelo em pé.

domingo, 13 de junho de 2010

Carta aos meus leitores (03/09/2009)



Carta aos meus leitores,

Queridos leitores meus,
Sento-me defronte do computador e minha mente e corpo estão exaustos. Uma dor de cabeça forte me atordoa e as idéias, antes tão claras e fluentes desaparecem e se esvaem como fumaça. Eu quero escrever, pois falar convosco me faz tão bem. Mas não consigo é mais forte do que eu. Uma falência de sentidos me prende ao nada e já não sou eu. Aqui, é apenas inexistência de um poeta. Preciso reencontrar o fio que dá continuidade ao novelo de minha vida, pois o vejo totalmente perdido em um emaranhado sem fim.
As vozes do acaso já não soam em meus ouvidos, já não me contam os casos a serem lidos.
As mãos se enferrujam sobre o teclado inerte, que por elas anseia para ter vida.
Os olhos olham para tela vazia e desejam ter os textos surgindo como uma mágica linda de ser observada.
Os sentidos são rijos e tensos pois se encontram estáticas juntas e medula, músculos e óssos.
Uma lágrima de saudade corre-me livre ao rosto, como lágrima de adeus.
Mas lhe peço não me deixe, busque-me hei de ressurgir das cinzas como a fênix.
Aguardem-me para que eu possa sobreviva...

Montanh russa do T.B.A. (03/09/2009)

Montanha ussa do T.B.A.

Viver na montanha russa do transtorno bipolar sob controle é viver se observando, aceitando limitações e compreendendo a importância constante de ultrapassar barreiras nem sempre transponíveis com a facilidade necessária. É vencer a si mesmo a cada dia...

Limitações (09/08/2009)


Limitações

Cansaço, laço de vida.
Atrelo de alma,
falta de saída.

Lembrança da força,
energia, vigor,
saudade.

Corre daqui, corri de lá, sorriso no rosto
plenitude no andar, sem dores, queixumes,
mente brilhante, disposição a mil.

Limitações, compreendê-las é uma arte.
Aceitá-las é a dor.
Conviver com elas um aprendizado.

sábado, 12 de junho de 2010

Venham gargalhares, aqui e agora! (26/08/2009)


Não foi um trava línguas que me deixou perdida,
enrolando palavras, confundindo a ordem da vida.
Não foi um travar de pensamentos e emoções.
Não compreendo ao certo o que houve e ainda há em mim,
só sei que estou crua, triste e fria como uma lápide.
Tento reaver os sentidos, mas estão abatidos.
Há um sofrer, uma dor que não compreendo,
não há motivos aparentes, mas estagnei,
quero seguir sorrindo, criar, cantar,
mas de uma falência múltipla me compus em um tempo.
Passe tempo cruel, vai-te de mim,
vai para bem longe, não me condenes.
Espantos e lamúrias eu os rejeito já.
Vem alegria plena de meu ser,
Chegam-te a mim cânticos e danças.
Esplendores, gargalhares espero.
Pois em mim há um Deus único, sem tamanho,
não há motivos então de entristecer, só para me alegrar.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Nossa convivência - transtorno bipolar - 05/08/2009

Nossa convivência - transtorno bipolar - 05/08/2009

Aqui estamos nós em mais um dia, eu observando comportamentos e vc me instigando a pensar...
Sejamos como paralelas apenas, nada mais, que meu caminho seja sereno e leve, mas que ainda tenha força e vigor para realizar. Não venha vc com antagonismos, ande apenas do meus lado sem mais, sem mais...
Já me fez perdida e confusa, hoje não mais...
Sejamos apenas como paralelas, juntos, cruzados não o quero jamais.

Este é o segredo de uma vida feliz: relaxar e com sabedoria ir encontrando espaços e tempos


Respiro e estou muito feliz. Minha respiração não é ofegante, nem meu dia sofrido, por uma ou outra razão a administração dos problemas tem sido light e isto me faz muito bem. A questão da minha concentração é que me preocupa um pouco, mas aos poucos estou tentando trabalhar isto. Na verdade creio que seja um problema de foco. Meus objetivos agora estao mais definidos com relação ao que quero de minha vida. Também aos cinquenta não era sem tempo. (rs) Quero mesmo escrever e me dedicar a isto. Então mesmo sabendo que por hora tem que ser mais um hobby fica difícil se prender as coisas que são obrigações. Mas vamos nos ajeitando. Este é o segredo de uma vida feliz: relaxar e com sabedoria ir encontrando espaços e tempos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Insensível ao invisível

Como postei no Recanto das Letras, normalmente o invisivel é o que mais nos toca. Por isto fico preocupada quando vejo certas coisas e elas já não me tocam como antes. As vezes pareço estar anestesiada. Parece que a ficha sempre demoraaaaaaa para cair. Na verdade tenho percebido que tudo se acumula e em um determinado momento escoa. Então choro como criança, de soluçar. Fico pensando se os remédios provocam esta pseudo calmaria em mim? Pode ser, não sei. Uma forma de letargia indusida pelos remédios. Um questioamento que farei na próxima consulta.

domingo, 6 de junho de 2010

06/06/2010

Estou tentado colocar o material que tenho escrito na agenda ou em outros papéis soltos no devido lugar. Também estou tetando concentrar meus arquivo no lap top. Assim ficará mais fácil de procurar tudo. Isto para os papéis recentes, pois os mais antigos vou levar muito tempo para colocar em ordem, pois o volume é enorme.
Tenho me sentido tranquila. Nos dias de feriado, sou outra pessoa, passar o tempo escrevendo é uma delícia para mim. Pena que são poucos estes momentos. Mesmo assim tenho aproveitado todo tempo que disponho para escrever. Muitas vezes cancelo meus passeios para estar aqui em frente ao lap top.
Minha casa está uma bagunça, precisarei chamar uma pessoa para oganizá-la, pois se eu for fazer isto não consigo poduzir.

1/3/2010

O atropelo da vida já começou me deixar estressada. Não tenho conseguido o equilíbrio de quando estava em ferias o que não adianta ficar assim. Apenas pensando qe não adianta ficar assim. Muito louco isto. Não sei se o fato de estar tomando alguns remédios extras e não sabndo como administrá-los piora tudo. Além do puran para meu hipotireoidismo, a carbamaepina coo controlador de humor e citalopran. Tenho tomado vitamna e 1 remédio que provoca a saciez e ainda 1 remeio para circulação e outro para concentração. Ontem tive umsono incontrolável. Em um determinado momento tive que ir ao banheiro do serviço e cochilar por uns minutos. Estranho que desde o início do tratamento eu não sentia isto. A fome também tem sido incontrolável, apesar do remédio para saciez. Estranho que ontem, bem depois de ter tomado os tais remédios todos senti muita perturbação, sono, insegurança, falta de concentraçao. Talvez por estar trabalhando em um projeto que requeira muito de mim. Hoje pretendo concluí-lo, talvez isto ajude. Porémmuitas coisas paralelas me deixam preocupada com o tempo.Preciso fazer a fisioterapia, levar meu filho ao dentista, fazer inha declaração de imposto de renda e não consigo encontrar meu recibo. Talvez eu precise ir a Receita para pegar a segunda via. Tudo isto vai me tirar do meu trabalho e fico preocupada em me ausentar.

24/02/2010

Desde ontem conversando com meu filho Rafael percebi algumas dificauldades que ele está enfrentando para compreender e aceitar a nova fase. Conversamos e discutimos sobre e ele sugeriu que eu voltasse a cozinhar. Explicar as razões de não fazê-lo. Pela manhã, já preocupada fiz as contas e fiquei apavorada. Não apenas por minha situação descontrolada, mas por meus escapes terem que ser cortados. Aliás mais por isto. Depois procurei orar,me concentrar n probema com objetivo de resolvê-lo. Não é fácil vcê deixar de agir como bipolar em todos os sentidos. É um alerta contínuo e mesmo assim as coisas saem do controle muitas vezes. O controle do humor é algo mais tranquilo de se controlar, mas existem coisas muito mais complexas.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Explicando os velhos arquivos

Estive vasculhando velhos arquivos e colocando aquitudo o que tem ou teve ligação com meu transtorno. O que está dito como título de capítulos poderá nem ser utilizado, porém quero ter estes escritos todos juntos de modo a poder trabalhar neles com mais tranquilidade.

Capítulo x

Capítulo X

Para que se possa avaliar o quanto e como o curso de "Criatividade na Qualidade", interferiu em minha vida pessoal e profissional, farei um breve relato de minha vida no momento anterior ao mesmo e às expectativas de realizá-lo.
Não sei bem em que momento me desiludi profissionalmente, mas em era uma tortura dar o melhor de mim, pois eu o fazia. Naqueles dias, o melhor de mim era a clausura das paredes do escritório e a imaginação de que tudo o que eu fizesse não teria valor (pelo menos era por esse ângulo que eu via as coisas). Sentia-me desacreditada, sem ter chão para pisar. As ilustrações da figura 9.1, página 106, capítulo 9 - O clima que favorece o comportamento criativo, do livro de Eunice Soriano de Alencar, onde a UNICEF divulga os direitos da criança e a autora bem os estende aos direitos universais do homem, me eram como um ancoradouro.
Sem maiores perspectivas eu ansiava pelo dia em que pudesse ver o sol brilhar...
Em conversa com o meu Deus propus-lhe que, se até o final do mês de agosto/00, não acontecesse mudanças em minha vida profissional, eu tomaria uma decisão para mudá-la. Não era de uma mudança financeira que eu falava. Ë claro que não a desprezaria se acontecesse, mas era algo mais profundo. Algo entre meu serviço e eu, estávamos em crise, a beira do divórcio. Sempre gostei de fazer todas as coisas com amor e paixão, não gosto de fazer de conta que estou bem, quando não estou, nem de fingir gostar do que não gosto. E, naquele período, eu não estava nada feliz. Mas, como sempre, o Deus a quem sirvo é fiel e sempre responde as orações de seus filhos...
Inscrevi-me para a SISA, a programação estava fantástica. Logo no primeiro dia fui confrontada com o meu "eu", pude perceber que na realidade eu estava enganada sobre o meu amor pelo meu serviço ter acabado. A chama reacendeu e eu queria estar ali novamente, e reorganizar tudo, não só no serviço, mas tudo, dentro e fora de mim.... Não sei se consigo expressar toda a ebulição que se deu em meu ser... Descobri que eu queria lutar e transformar minhas frustrações em sucessos. Foi um momento único...
Dali em diante, me senti livre das algemas que me prendiam. Algemas estas que estavam em mim e não na Instituição ou no meu relacionamento com meu superior ou com meus colegas.
É importante deixar claro que, quando eu digo que dava o melhor de mim, mesmo anteriormente a essa "cura", eu quero dizer que o meu serviço corria bem, com algumas imperfeições, até naturais, mais bem. O problema era em meu interior. Como já disse, eu não gosto de estar em um lugar se todo o meu ser não estiver ali, se eu não ansiar respirar o ar local, etc... Bem, mas o que importa é que a SISA foi apenas o começo, consegui autorização de minha chefia para participar de algumas palestras na área de computação, inscrevi-me para alguns cursos naquela área, e consegui uma vaga remanescente para o Curso de Redação. Sei que fui muito criticada por isso. As pessoas imaginavam que eu estivesse fazendo isso por causa da Nova Carreira, outros pensaram que eu estava tentando me livrar do serviço, houve até quem pensasse que eu não tinha nada para fazer. A verdade é que, quanto mais me era permitido, mais eu me desdobrava para fazer o meu trabalho e, o meu rendimento passou a ser muito melhor do que antes. Eu passei a levar serviço para fazer em casa (por opção) e o fazia com prazer imenso. Alguns dias entrava mais cedo, mal almoçava e imediatamente voltava a trabalhar.
A minha clausura era a comprovação da frase "O grande paradoxo da inovação é que o maior de todos os riscos é não inovar, nunca fazer alguma coisa nova" Nolan, 1989. A SISA foi à inovação da minha carreira, com ela eu progredi muito, foi uma progressão a nível pessoal, intelectual, e em meus relacionamentos interpessoais. Para os Coordenadores do Evento, toda esta revolução é algo inimaginária, mas o que vale é que saibam eles, ou não, este marco passou a fazer parte da minha história.
Mas a coisa não parou aí, chegou a Avaliação de Desempenho, que veio reafirmar minhas perspectivas, o parecer de meu Diretor, aceitando como útil e satisfatório o meu trabalho, salvo poucas considerações (mais uma vez saliento que não trato de algo financeiro e sim de reconhecimento ou valorização pessoal e funcional) o que levou-me a alcançar a níveis mais altos de motivação extrínseca, que em consoância com a motivação intrínseca, anteriormente obtida, arrebentaram as grades daquela prisão e levaram-me direto à Extensão.

1.A Extensão

Por muitas vezes eu havia pensado em retomar meus estudos, quando estava grávida do meu filho mais novo, inscrevi-me no IEL, como aluna especial, mas os enjôos e o sono provocados pela gravidez, me fizeram desistir rapidamente.
Desde que conheci meu marido e pela desagradável experiência da separação de meu primeiro casamento, por não ter podido curtir, como eu pretendia, os primeiros anos dos meus primeiros filhos, decidi que deveria dedicar-me à família em primeiro lugar. Tal fato acabou impedindo, indiretamente, o meu crescimento profissional ao longo dos anos. Foi uma opção que fiz de forma bem consciente e da qual não me arrependo. Acho que valeu cada segundo. Mas hoje, com os meus filhos mais velhos criados, meu esposo com diretrizes profissionais mais definidas, meu filho mais novo com cinco anos, o apoio que meus pais me dariam caso eu tivesse que ir para a aula uma noite na semana, decidi voltar a estudar. E, navegando pelos cursos de Extensão, sem saber ao certo porque o fazia, desci com o cursor por diversas disciplinas e, como que em um mágico encontro, uma delas saltou no monitor: "CRIATIVIDADE NA QUALIDADE" . A DGA, onde trabalho, há muito vem dando ênfase à qualidade e a criatividade, sendo que esses temas sempre me fascinaram. A junção dos dois era perfeita.
O que vem primeiro, a descoberta da Disciplina ou a justificação que me levou a fazê-la? Parodiando, aproveito o tema apresentado por “Margaret A Boden”, referindo-se a descobertas científicas. Para mim, não importava apenas o ardente desejo de fazer aquele curso. E utilizando-me das palavras de “Thomas Edson” em carta escrita a seu agente, em novembro de 1879, eu diria: Tenho o princípio certo e estou no caminho certo, trabalho duro e um pouco de sorte (no meu caso $) também são necessários. Tem sido assim todas as minhas invenções: O primeiro passo é uma intuição (no meu caso navegar pelos Cursos de Extensão) e vem numa explosão (a disciplina saltando do monitor), depois aparecem as dificuldades (o $), uma falha aqui, outra acolá, “bugs” (orçamento comprometido; bolsa de 50%, solicitação para revisão da bolsa negada, devido ao número insuficiente de alunos pagantes) surgem, exigindo meses (no meu caso dias) de observação, estudo e trabalho (mental) intensos antes que o sucesso - ou o fracasso comercial seja alcançado (Freidel e Istrael 1987, 29:29).
Ousadia à parte, Thomas que me perdoe, mas essa foi apenas uma pequena demonstração do quanto o aprendizado pode ser absorvido e apreciado.
O resultado, no meu caso, não foi uma descoberta científica, mas foi que a adrenalina produzida por essa "descoberta", levou-me a romper barreiras hierárquicas, temporais, de protocolo e atirar para todos os lados, até com certa incoerência. Falei com meu Diretor, com o Coordenador da DGA, com o professor aposentado que aprovou os 50% de bolsa, com o Coordenador de Extensão, com meus pais, com meu esposo. Até que, obtive 1/3 do valor ser pago, ou seja dos 50%, a negociação de efetuar o pagamento em duas parcelas, quando recebesse o 13º salário conseguindo galgar o primeiro degrau do que pretendia.
Antes desse "final feliz" um episódio relevante não pode ser esquecido. Eu ainda não sabia se o Coordenador de Extensão aprovaria ou não a revisão de minha solicitação de bolsa e teria início a primeira aula. Assim conversei com a secretária da Extensão que me autorizou assistir a aula. Para minha surpresa, a classe era composta apenas por homens, na sua maioria engenheiros, um administrador de empresas e um analista de sistemas, a professora era a única mulher, mas sua própria posição a diferenciava de mim. A verdade é que a princípio eu imaginei que seria uma tortura, o que de certa forma seria bom, pois se eu não conseguisse fazer o curso não precisaria ficar triste. Mas ao contrário, eu amei cada minuto daquela aula. De modo que nem o sexo oposto de meus colegas de classe, nem as melhores posições profissionais em que se encontravam, me intimidaram.

2.O "insight"

Após chegar em casa no primeiro dia de aula, estava eufórica, beijei meu esposo, meu filhinho, comi alguma coisa, brinquei um pouco com eles e depois me sentei em frente ao computador, dando início a um projeto para atualização da página da Área de Serviços Complementares, aproveitando que, na época, eu estava fazendo um curso na área.
Interessante que se comprovou a teoria de “Stein”, a SISA, o Curso de Ferramentas Gráficas, os conselhos da Instrutora do Curso sobre a forma de se elaborar uma página, a complexidade do assunto, foram a PREPARAÇÃO. Os estudos sobre o assunto, as pesquisas em sites semelhantes, foram a INCUBAÇÃO. E naquela noite, durante a aula, ou no caminho de volta, não sei bem, o "INSIGHT". As idéias até aquele momento estavam soltas, flutuavam sem se conectarem, até que se juntaram coordenadamente. O fato é que o resultado foi uma noite de trabalho e no dia seguinte eu estava tão disposta, como poucas vezes estive. De posse de meu projeto, fui para o trabalho.
Lá chegando, tive que lutar muito comigo mesma, pois algo me sugeria que poderia ser o maior fiasco, que meu Diretor desprezaria meu trabalho e ele de nada serviria, eu seria a chacota do ano, etc... Mas o que emergia de dentro de mim, era muito maior do que essas assombrosas sugestões. Criei coragem e coloquei o projeto esboçado sobre a mesa do meu Diretor. Algum tempo depois, ele me chamou e disse que eu deveria procurar por um colega que tinha coletado dados para a atualização da página e juntos poderíamos estar desenvolvendo um trabalho.
A experiência foi estupenda, naquele instante eu queria agradecer ao meu Diretor, devido ao respeito que tenho por ele, me contive. A experiência foi tão positiva, que eu queria mais, minha fome de saber era inesgotável. O Curso de Redação ia de vento em popa. Como nos velhos tempos de Colégio, antes dos da Faculdade, eu escrevia com paixão, e agora eu revivia aqueles momentos tão maravilhosos de minha vida. As aulas eram um enlevo à alma e tudo se ia somando prazerosamente.

O êxtase de uma criação não reside no mero alcance, mesmo que pleno, de um "insight", nem tampouco, na simplória alusão de delineá-la hipoteticamente, mas na real e absoluta capacidade de nos envolvermos com e por ela,elucidando-a, de maneira tal que muitos dos que nos rodeiam e tem um parecer relevante sobre o seu tema possam entorpecer-se com ela, assim como nós...

3."O escritório do Dr. Rafael"

O segundo dia de aula foi igualmente fantástico, mas quem realmente gostou do resultado dele, foi meu filhinho Rafael. Antes de sair de casa, ele havia trazido uma caixa imensa de papelão, na qual estava a televisão que meu irmão havia comprado. Eu fiquei irada por ele estar trazendo lixo para casa. Como estava com pressa, deixei a caixa em um canto da casa, para depois colocá-la no lixo reciclável. Fui para aula e ao voltar, após a primeira técnica de relaxamento dada, estava vendo a vida diferente. A caixa, que há poucas horas não passava de lixo, tinha criado forma e cor diferentes (como a descoberta do “post-it”, o inservível transformou-se no genial). Aproveitando o convívio com meus colegas engenheiros e quem sabe se, por “osmose telepática”, eu decidi construir o escritório do Dr.Rafael. Com direito a escrivaninha, cadeira, estante de livros, telhado vermelho, plaqueta na porta, janelas, portas e outros acessórios que se foram somando. Ele amou a idéia e o melhor de tudo foi que quando eu precisava estudar, ele me acompanhava entrando em seu escritório e passando lá muito tempo).

4.Introspecção

Todo esse prazer levou-me a repensar muita coisa, a buscar conhecimento
e revisar aprendizado. Cada aula, foi marcante, cada momento que a seguiu foi mágico, as técnicas de relaxamento acrescentaram muito à minha vida. Sei que consegui resolver muitas situações interiores, outras não chegaram a cura completa, mas descobri o caminho para alcançá-la. Não tenho dúvida de que não quero parar novamente. Por outro lado, pude descobrir que tenho limites, preciso aprender sim, mas não adianta acumular novos conhecimentos sem que haja tempo para assimilá-los.
Como disse “Peter Drucker” - cada prática se baseia em uma teoria, mesmo que seus praticantes não a conheçam.
Para “Wladimir F.N. Martinez” - O pensamento estratégico é a arma das empresas que querem crescer de forma planejada e não apenas por inércia.
Como concordo com ele na íntegra, farei isto na minha vida. Em primeiro lugar, buscando saber onde quero chegar. Em segundo lugar, buscando meios para isto. Em terceiro lugar, reconhecendo minhas limitações, como é o caso do hipotireoidismo que pode ser controlado mediante medicação; Em quarto lugar, adquirindo novos conhecimentos e inovando os existentes. Às vezes acertando, às vezes errando, mas nunca deixando de criar, não me obrigando a fazer coisas de que não goste ou não esteja a fim. Compreendendo os princípios éticos da criatividade, que estão em reconhecer que você pode errar e acertar, mas sempre tem que respeitar a opinião dos outros e estar aberto a permitir que os outros aprimorem suas idéias. Reconhecendo a importância dos estudos de “Hill e Amabile”, farei todo o possível para contar com os componentes básicos para a criatividade individual: recursos, técnicas e motivação. É claro que o primeiro componente é o mais complicado de se obter, especialmente no que compete aos recursos financeiros, mas utilizando o processo de solução de problemas e as técnicas de relaxamento, espero, em breve, estar resolvendo isto.

5.Agradecimentos

Sei que isto não é uma tese de mestrado, doutorado, um livro ou algo parecido, mas eu não podia deixar de registrar os meus agradecimentos. ao
meu Deus pela fidelidade e bondade infinitas.
Ao meu esposo Paulo, por concordar em dispormos de um valor que, por irrisório
que seja, para nós deveria ter outro destino.
Aos meus filhos Ricardo, Ronnie e Rafael pela paciência que precisaram ter comigo e pelas horas em que não pude lhes dedicar a devida atenção.
Aos meus pais e irmãos que me apoiaram e cuidaram do Rafael, enquanto eu estava em aula.
Ao meu Diretor por todo encorajamento e apoio.
A Rose, uma das gerentes da Área em que trabalho que, com sua postura
dinâmica, criativa, íntegra me serviram e sempre me servem de exemplo.
À Coordenação de Extensão pela aprovação da bolsa e a atenção a mim dispensada.
À Profª Lúcia, do Curso de Redação por toda dedicação e apoio.
Á Profª e Zula, do Curso de Criatividade na Qualidade, que muito me auxiliou neste processo de retomada aos estudos.
Aos meus amigos, tão queridos, que me ajudaram no decorrer desta jornada
Aos organizadores da SISA, em especial à Coordenação da DGA, pelo dinamismo e visão.


Novembro/2000.

prefácio e capítulo 1

Prefácio

Razões que me levaram a expor meu emocional


Desde a tenra idade, fascinou-me colocar meus sentimentos no papel, quer em forma de desenho, quer em prosa ou verso, em um lamento, ou ainda, em um desesperado clamor a Deus.
Na escola, para reter o aprendizado, me era necessário fazer o mesmo. Com lápis e papel na mão, eu adentrava na “história” do que estava sendo ensinado (Português, Matemática, História, Geografia, Filosofia, etc...) e por meio de desenhos, esboços e co-participações eu ia aprendendo. Jamais consegui ser uma mera espectadora, sempre tive que representar papéis inseridos ao aprendizado, era como se assistir às aulas me fizesse viajar pelo que quer que fosse ensinado. Hoje não sou mais assim, mas nos velhos tempos de Colégio e Faculdade, jamais estudei para as provas, meus esboços saiam do papel e me compunham minha memória, fazendo parte de mim. Nas provas eu me lembrava exatamente das situações ilustradas por mim e para mim mesma durante as aulas e sempre tirava boas notas, exceto em Química, matéria que jamais gostei e em Física matéria em que eu ia razoavelmente bem, mas não tanto como nas demais. Nunca gostei de ler os livros indicados pelas professoras nas aulas de literatura, sempre preferi assistir às aulas, filmes, peças teatrais ou mesmo histórias contadas, nunca lidas por mim. Minhas amigas sempre os liam e me contavam a história. A medida em que elas contavam eu imaginava o cenário, os personagens e um filme imaginário passava em minha mente. Na hora de fazer a prova dos livros eu ia sempre bem e, às vezes melhor do que elas. Não falo isto por vanglória, pois não me achava melhor, nem me acho do que ninguém, pelo contrário, apenas considero interessante esse meu método de assimilar as coisas. Hoje leio com mais prazer, especialmente livros que retratam transformaçõesde vidas, romances, crônicas e outros assuntos de meu interesse. Porém, atualmente, como verão a seguir, tenho muita dificuldade de assimilação, especialmente para certos assuntos. Minha concentração já não me capacita a reter boa parte do que ouço ou assisto, a não ser quando se trata de vivências humanas ou coisas do gênero. Talvez, não tenha sido somente uma perda da capacidade intelectual, pois isto percebo que realmente ocorreu de forma gritante, mas também uma mudança de valores e ótica de vida. Por um lado é bom que mudemos, mas por outro lado sofro, pois ainda me lembro de como eu era e gostaria de não apenas ter mudado, mas ter a ótica e os valores de hoje, somados ao intelecto de ontem. Bem, de qualquer modo são mudanças que temos que ir administrando ao longo de nossas vidas, todos passamos por elas, cada qual de um modo e em uma proporção, mas todos passamos...
Até hoje, se alguém me contasse sua história, eu consigo entender seu sofrimento ou alegria com tal profundidade que, muitas vezes, o faço de forma mais intensa do que a, conscientemente, sentida pelo próprio narrador da mesma.
Por inúmeras vezes comecei escrever livros, queria colocar no papel minhas experiências, no início eu sempre ficava muitoentusiasmada, entretanto, a medida que ia escrevendo, passava a imaginar como os leitores poderiam me criticar e era tomada poruma insegurança tola, de modo que sempre parava sem que conseguisse concluir. Lembro-me que um deles tinha até um de meus desenhos esboçados na capa, seu título seria "Um ontem e um amanhã". Ele era um relato pessoal de uma das fases "negras" de minha vida, mas ao contrário de mim que me encontrava muito confusa e sem saber que rumo tomar, ele era revestido de uma convicção tão peculiar por parte da protagonista, seu nome era Andréa Dantas, uma linda mulher,com longos cabelos loiros e cacheados, sua força, determinação e capacidade de decisão ímpar me fortaleciam, com certeza, ela era um conforto que me fazia continuar a jornada, sem flagelos, pelo menos não na história.
Comecei escrever histórias infantis, criei vários personagens, nunca publiquei nenhuma delas. Os protagonistas, fossem eles do sexo masculino, ou feminino, espelhavam sempre meu afã em tirar tudo de letra, o que, na verdade não era uma realidade vivida, apenas ficcional.
A cada instante eu me sentia flagelada e fraca, mas aquele "Eu" imaginário era forte e sempre me reerguia, me fazia "superar" cada incidente, "grande ou pequeno". Aos olhos alheios, olhos dos que não mergulham em águas tão profundas, as proporções ou dimensões dos acontecimentos não eram as minhas. Aparentemente, era como se eu mergulhasse na lama e, por um momento, tivesse a impressão de que ela estava impregnada em mim, mas então minha "realidade ficcional” me socorria, fazendo com que uma ducha relaxante me deixasse limpa novamente. E então eu era forte de novo, mas será que esta era eu? Sim? Não? Talvez sim, pelo menos até a próxima experiência ou aventura.
Bem, ao longo do tempo amontoei pilhas de depoimentos pessoais ou cartas de amigos, que, como eu, gostavam de devagar em devaneios. Desenhados ou escritos, que a certa altura de minha vida passaram ser "meu tesouro". De tempos em tempos, com grande freqüência, eu os apanhava, os relia e me deliciava com o que havia escrito ou desenhado, ou recebido de alguém, era como quando conseguimos encontrar uma amiga tão íntima, tão especial, com a qual podemos nos abrir por completo e sermos integralmente compreendidos. Não sei se isso é importante, mas agora lembrei-me que, por quatro longos anos eu fui a primeira filha de meus pais, a neta e sobrinha caçula por parte de mãe, o que por um lado era eu era muito mimada, mas para uma criança era uma vida solitária, sem amiguimos, assim eu sempre criei amigos imaginários que me faziam companhia. por fossem disformes aos olhos dos outros e reconhecia cada traço, e sabia ou pelo menos deduzia de que se tratavam. Houve uma época em que tive que me desfazer, a contragosto, de todo aquele material. Material que eu guardara para os solitários dias de minha velhice. A perda, ou involuntária destruição, do meu tesouro, desnorteou-me. A partir de então a realidade passou ser minha única companheira e, por um tempo, sem saber ao certo quem e como eu era, passei apenas a viver, ou melhor sobreviver, dia após dia. Tudo parecia ter perdido o sentido, era como se eu tivesse deixado de existir como minhas lembranças. A dor que senti era tão superior às minhas forças, que a guardei no mais profundo de mim, em um canto tão escondido e trancafiado, que nem mesmo eu o visitava. Adquiri uma aparência em forma de casca de ovo, após a saída do filhote, eu estava oca por dentro. Agora posso perceber que foi então que perdi minha capacidade de raciocínio lógico, se é que posso chamar assim, todo meu aprendizado de anos fora por água abaixo e, de repente, coisas que me eram familiares anteriormente, ecoavam como algo estranho, algo que sabia ter visto algum dia, mas já não reconhecia ou lembrava. Para mim, a melhor maneira de explicar isto é imaginar como um rolo do negativo de um filme fotográfico. Um filme que gerou fotos lindas, coloridas, outras sombrias, mas a revelação estava lá. Só que do negativo, grande parte havia sido perdida, apagada. Então, podia-se ver as fotos, mas não saber como elas haviam surgido, pois não havia como provar ou chegar a elas pelo mesmo caminho novamente.
Ao longo dos anos tenho feito muitas tentativas de reencontrar o elo perdido, mas atualmente tenho percebido que estou muito próxima dele e creio ter chegado a hora a expor os fatos, os passos certeiros ou incertos, vitoriosos ou drásticos, mas que somam o que fui e sou e, principalmente, o que pretendo ser. Concluí que já não podia mais guardar somente para mim todo este processo. Sei que expor-me de tal modo pode ser perigoso, as pessoas podem não entender, talvez, muitas delas me achem fútil, dramática demais ou quem sabe, louca. Em tudo que fazemos, sempre há um lado bom e um ruim. Mas, se de alguma forma, para alguém, esta experiência for útil, terá valido a pena. E caso não seja útil para uma única pessoa, com certeza eu saberei que tentei.
Os relatos, os desenhos, as poesias, as auto-análises que farei após cada um deles e o parecer de profissional, meu terapeuta (que tem sido um instrumento de Deus em minha vida), você irá ler a partir de agora. Podem não relatar muito, perto de tantas mazelas que temos visto e vivido nos últimos tempos, mas, com certeza serão a mais pura e real história de uma mulher de quarenta e dois anos que reconhece que Deus não a trouxe a esse mundo apenas para viver e morrer, mas sim para expressar como Ele pode tornar derrotas em vitórias e como seus planos para nossas vidas são detalhados para honra e glória de Seu nome.
26/09/2001

Mente que percorre o mundo em voltas

Mente que percorre o mundo em voltas, em curvas, em ires e vires ininterruptos.
Estático em movimentos plenos, limitado entre o querer e o poder.
Devaneios de amor, de correr, de pular, de estar onde desejar, em ser livre.
Conhecimento que ultrapassa as alfândegas universais. Interpelar e explanar.
Chaves literárias escritas em verso e prosa, algemas de músculos e ossos.
Antonímias ao longo da vida, um tempo de tantos sucessos e tantos fracassos.
Paradigmas de superação em tempos que pressuporiam desolação.
São castas de clausuras e vitórias inimagináveis.
Um bem maior, uma força que afiança a vida.

início dos capítulos

Capítulo 3 – Aos 17 anos eu vivi uma experiência que me marcou profundamente
Estávamos na praia em Itanhahém. Minhas primas, irmãos, mãe e eu


Capítulo 4 – Quando eu ouvia os queixumes justificados de minha mãe corria a socorre-la independente de poder ou não.

Capítulo 5 – Tinha amado um garoto quando eu tinha 14 anos, mas espelhando-me em minha mãe não o perdoei qdo ele se arrependeu pelo fez. Daí por diante torne-me uma pessoa que não conseguia se apaixonar e sempre que via que poderia ser trocada eu já ficava de olho em alguém. Minha tia ficava inconformada pq eu dizia agora sim estou apaixonada, mas qual nada, nem um mês se passava e eu me desinteressava.

Capítulo 6 - Só um homem conseguiu permanecer dentro da minha mente, corpo e coração, com ele me casei e tive meu 3ª filho, juntos cuidamos dos meus 3 meninos. Sou grata a Deus por ele.

Capítulo 7 – Era impressionte como eu gastava tudo o que tinha e o que não tinha. Em que? No cabelereiro, em bazares, no supermercado. Não nego que eu era generosa. Na verdade eu sentia necessidade de ser amaná. Hoje eu ainda gosto de compartilhar, mas se não tenho condições financeiras, só compartilho de carinho, atenção, enfim....

Capítulo 8 – Eu estava aguardardo o médico acabara de ter uma crise de pânico. Estava no primeiro andar do prédio e olhei pela janeila tive o desejo de me encolher de medo de cair. O chão parecia estar penso.

Capítulo 9 – No Hospital eu me sentia lúcida. Quarto andar do HC – Psiquatria – convivi com uma enfermeira com alergiasd horríveis. Uma das pacientes gritava internotentemente e falava todo tipo de palavrões. Uma grávida se recusava a se alimentar muitas historias tristes. O que foi feito de cada um depois dali?

Capítulo 10. A idéia do desfile permaneceu depois que sai do Hospital – Uma das roupas que exibiria, várias cores era a roupa do 4ª andar cada um com uma cor talvez interligasse a repressão da loucura a outra roupa que imaginei ter no desfile também era não me lembro agora.

Capítulo 11 – Quando eu me via completamente apertada com facilidade pensava em um empréstimo o interessante é que além de renegociar a dívida antiga, juros sobre juros, eu sempre fazia planos de novos gastos. Na maioria das vezes desnecessários e os escondia de todos pois sabia que ningue´m me apoiaria com eles.

Capítulo 12- Sempre tivemos um situação financeira complicada. Viver com meus pais era assumir um lado forte de amparo, ao menos ao meu ver. Me sentia responsável por amparar especialmente minha mãe. Quando eu estava com minha tia podia ser simplesmente uma criança ou adolescente amparada, de certo modo até demais. Minha tia procurava satisfazer meus desejos de me vestir, comer, ser mimada e até reblede. Mas qdo chegava o fim de semana eu voltava a vestir meu papel de responsável pois sempre ia visitar meus pais.

Capítulo 13 – A cada dia no tratamento tenho lutado comigo mesma juntamente com a medicação. Fico me observando e tentando fazer uma terapia comigo mesma.. em abril de 2009 foi a última vez que fui a psiquiatra e em outubro eu comecei uma experiência de diminuir a doze de carbamazepina, de 3 para 2 ok e de 2 ara 1, já não me senti bem, então voltei a anterior. O que eu senti foi uma irritabilidade e certos momentos de tristeza. Mas a médica confirmou que por hora devo manter 2 comprimidos, tb farei uma dozagem de carbamazepina no sangue. Continuo com a fluoxetina. Por minha conta tb faço intervalos na medicação. Rápidos de 2 ou 3 dias. Tem surtido efeito. Eu vejo as coisas não só como participante], mas como alguém externo, ou seja cosigo analizar td

30/05/2010 - domingo pela manhã

30/05/20010 – Domingo pela manhã - A importância de voltar ao local onde estive no maior surto eufórico de minha vida.

Voltando de São Paulo pela manhã sinto a calma , o equilíbrio guiando minha vida. Estou relaxada e tranquila. A ansiedade da última quinta-feira foi dissipada na sexta-feira após a oração matinal e a entrega da situação que me angustiava a Deus. Ele verdadeiramente tomou conta de tudo e me fez ficar bem tranquila com a certeza de que não precsar canelar minha viagem. Foi tudo muito proveitoso e bom..
Consegui finalmente retornar às ruas de São Paulo, nas quais tive um surto eufórico há um ano. Desde então, mesmo sabendo de minha melhora, tinha receio de voltar lá. Toda aquela agitação emque estive por ali, toda adrenalina daqueles dias, como estive fora de mim...
Minha tranquilidade e equilíbrio me surpreenderam. Já tinha retonado a todos os lugares por onde passei, antes, durante e depois de minha internação, menos no Hotel e ruas de São Paulo. Estar estável e ter estado ali é algo que valorizo tanto.
A questão financeira está me preocupando no momento, mas vou me organizr em nome de Jesus e tudo vai dar certo. Esta semana vou aproveitar o feriado para organizar armários, papéis e a casa. Procurar retirar coisas que não vou usar e passar para outras pessoas e também colocar as contas em uma planilha, montando uma estratégia para pagá-las.
A experiência de viver um dia de cada vez foi fantástica.

Se eu uma inequação

Hora sou calmaria e hora alegoria.
Sou duas de mim em mim mesma.
Num tempo tão mansa e humilde.
Em outro tão estravagante e arrogante.
Há dias em que me desconheço.
Outros em que me busco e não me reconheço.
Pérola negra, rara.
Diamante, esmeraldas ou rubis.
Mas tamém pedra de rua.
Banal e nua, sem nenhum valor.
Por vezes sou coração e emoção.
Por outras razão fecunda.
Iluminada e fria.
Careço ser a fusão do meu eu.
Complemento de um ser.
Encontro e simetria.
Equilíbrio de linhas contínuas.
Alguém que se saiba quem.
Além do que se vê se é.
Casca e miolo.
Linha e coberta.
Eira e esteira.
Quinhão e isca.
Tino e vinho.
Equação.
Ser.
Eu.

Relatos

O desenho acima (preciso reencontrar o arquivo perdido) foi feito em 23/04/2005 e fotografado por mim em uma câmara digital de baixíssima qualidade. Eu o fiz tendo como modelo uma foto do casamento de minha mãe. Apesar de a imagem ter ficado péssima, resolvi publicá-la mesmo assim. A razão de tal decisão é para que eu possa ter uma noção do progresso que espero alcançar a partir de agora.
Meus desenhos não têm qualquer técnica, ao contrário. Mas sempre que me expresso, quer escrevendo ou desenhando, o faço com toda força de minha alma.
A data de hoje servirá de marco para uma nova fase de minha vida.
Minhas metas para o ano em curso são: organização, limpeza e dispensa de tudo que for desnecessário, aprimoramento, busca de conhecimento, melhoria contínua, publicação de um livro, exposição de achados antigos e uma boa dose de novas criações mais maduras e em contínua melhoria.
Acatando a sugestão do amigo, poeta, auxiliador e escritor Fábio Renato Villela por quem tenho uma estima e respeito imenso, resolvi criar meu blog.
Pretendo passar a publicar tanto no diário do meu site, como no blog a maioria dos fatos contínuos e/ou diários.
Depois de tantos e tantos anos percebo que não basta criar e deixar armazenado criando ácaros e ocupando lugar apenas em um canto escondido. Também não basta fazer e mostrar para um filho, mãe ou algo assim. É preciso publicar e buscar aprimoramento sem medo ou vergonha de errar.
Afinal quem pode fazer o certo sem jamais ter errado?
Quem pode se apresentar ao mundo, envergonhando-se até de si mesmo?
Quem pode dar frutos se jamais se deu a semeadura?
Os relatos de uma pessoa comum acometida por um problema de saúde o “Transtorno Bipolar".
O objetivo é relatar os sentimentos, sensações, limitações, estabilidade, uso de medicamento, conseqüências, etc..
Mais uma vez tenho que agradecer ao Fábio, afinal ele tem me feito compreender que até uma pedra bruta, no campo das artes e literatura, como eu posso ser lapidada e produzir uma obra.
Deste modo espero que o que produzo não fique apenas na lembrança de uma pessoa querida, mas possa servir de material de pesquisa e apoio no tratamento do T.B.. Além de identificação e alguma resposta a pacientes, familiares e amigos com o mesmo problema que o meu.
Já vinha trabalhando na elaboração de um livro sobre o tema, que será enriquecido e mais completo com os detalhes a partir de agora descritos.
Conto com vocês, caros leitores e amigos para, como sempre, me apontarem falhas e registrarem sua opinião franca.
Grande abraço,
Teresa Azevedo

Hoje acordei cedo e comecei organizar minhas coisas em casa

Hoje acordei cedo e comecei organizando coisas na minha casa. Depois minha agenda. Por volta das 14 h sai com meu filho e fomos tentar fazer um cadastro no postinho e almoçar. No restaurante onde almoçamos me deliciei com legumes coloridos, procuro fazer uma dieta com legumes de diversas cores, arroz, uma carne e uma fruta preferencialmente cítrica. Quando consigo colorir meu prato com os mais diversos sabores fico extasiada e grata a Deus.
No restaurante percebi que meu celular estava tocando pelo luminoso e comentei com ele a respeito, pois o mesmo estava para vibrar e tocar e não havia tocado. Meu filho pegou o celular para ver o que estava acontecendo e depois fomos para o ponto de ônibus.
O ônibus chegou, eu me despedi dele e acabei me esquecendo de pegar de volta o celular.
Ainda no ônibus quando me dei conta do fato fui tomada por uma raiva terrível. Deu-me uma vontade de ligar e brigar com ele. Não foi fácil me conter. E tive que usar de fortes argumentos como de que adiantaria aquilo, eu não iria precisar do celular, e, se por ventura precisasse usaria um telefone público, enfim. Levei um bom tempo para me conhecer de que aquela raiva era totalmente infundada e inútil. No momento que pensava a respeito lembre-me do comentário da Dra. Renata, minha psiquiatra, no dia anterior quando estive com ela. Disse que apesar de eu estar sem carbamazepina e estar bem. Por medida de segurança, uma vez que o paciente com transtorno bipolar pode ficar bem por tempo indeterminado mesmo sem a medicação. Tanto pode ser dias, meses ou até anos e que por esta razão o eu deveria voltar a utilizar o controlador de humor.
Depois consegui resolver de forma educada e tranqüila as coisas que tinha para resolver.
Fui visitar meu amigo escritor Fábio Renato Villela por quem tenho enorme apreço e consideração. Consideramos-nos irmãos tal nossa afinidade e fraternidade. Como sempre estar ao lado do meu grande amigo é sempre edificante, um contínuo aprendizado. Saí de lá feliz e tranqüila. A raiva já tinha ido embora desde os afazeres que antecederam minha visita e eu já tinha sido tomada por um sensação de tranqüilidade, de dever cumprido posto que tinha conseguido resolver coisas que estavam pendentes desde a última semana.
Na seqüência eu fui atrás de um curso técnico para meu filho e mais uma vez obtive sucesso, de forma que deixei um teste para ele agendado para amanhã. Isto era um assusto que estava me consumindo.
Ao retornar, senti-me muito cansada apesar de feliz com o êxito do dia.
De qualquer forma estou preocupada, pois amanhã devo buscar a medicação no postinho e sei que ficarei sonolenta com ela, mas fazer o que.
Apesar de hoje ter caminhado por montanhas rochosas, maré alta e forte, mar agitado, pude sentir o sol brilhando deliciosamente em mim. E mesmo nos momentos de ansiedade e desespero eu consegui me controlar e controle e equilíbrio são coisas com as quais quero viver o resto de minha vida.
Chega dos altos e baixo constantes, chega do descontrole, das depressões recidivas e dos surtos eufóricos.
Quero viver.

06/09/2008

06/09/2008 – Dormi quase o sábado todo, tudo bem que ontem fui dormir tarde ontem, mas francamente é um absurdo esta preguiça. Não consigo cuidar da minha vida, das minhas coisas. Ontem eu esqueci de mencionar a falta de memória que me atormenta muito.

17/01/2010

Voltarei tomar meus medicamentos hoje. Concluí ontem mais este experimento que fiz comigo mesma. Estou há quase quinze dias seu eles e é ponto pacífico que não posso me dar a luxo de fazer isto ainda. A ausência, apesar de imperceptível a olhos alheios, pode ser sentida por mim. Percebi que, mesmo conseguindo me controlar meu estado de ansiedade e estresse veio à tona, assim como o descontrole de algumas de minhas compulsões por comprar. Apesar de ter feito ótimas comprar, em estado controlado eu seria bem racional. Percebo que ainda há consciência sobre minha situação financeira, porém eu vivi momentos de realizar desejos totalmente compreensíveis como o de trocar as portas dos meus quartos, sofás, guarda-roupas

4/2/2010

Voltei a tomar a carbamazepina, hoje só um comprimido, mas deverei tomar dois. Antes de pegar o medicamento fui ao Posto de Saúde fazer meu cadastro e quando cheguei lá estava com falta de ar, taquicardia e com dor no peito. Lembrei-me até da recomendação de que tossir ajuda. Fiquei francamente com medo de ter um enfarto. Não há motivo aparente, exceto o fato de que devo retornar ao trabalho na próxima semana e tive a notícia de que provavelmente terei que engessar meu braço novamente. No mais tudo está caminhando bem. Tenho conseguido resolver várias pendências inclusive antigas. É certo que ainda há muito a ser feito. Coisas que pretendia fazer durante minhas férias e que não consegui por completo, mas de qualquer modo consegui fazer muito mais do que normalmente consigo. Também estou muito preocupada pois, apesar de voltar na segunda já tenho várias consultas agendadas e provavelmente terei que ficar alguns dias até mais tarde para compensar o tempo que estarei fora. Mas uma coisa é certa não posso deixar minha saúde de lado e agora com cinqüenta anos a tantos probleminhas para tratar. No Posto de Saúde dei o primeiro passo para algo que há muito venho querendo conseguir, encaminhamento para cirurgia plástica. Agendei a consulta com um Clínico que fará o encaminhamento. Gosto do meu corpo e o acho normal para minha idade, mas como a maior parte das pessoas existem algumas coisas que quero melhorar nele e estou dando um passo para conseguir isto. Hoje também consegui rever meus documentos e escritos e encontrei muito material auxiliar para o livro e para outros textos e histórias. Fiquei muito feliz. Concluindo também o que comecei ontem, fui com meu filho inscrevê-lo no curso técnico e isto me deixou extremamente feliz. Agora é com ele. Claro que nos terá na retaguarda, mas o fato de o pai promover mais esta oportunidade a ele, algo que o ajudará profissionalmente e para que possa fazer a faculdade que quiser me deixa extremamente animada e grata a Deus. Peço que o Senhor o abençoe. O livre de todo o mal. Lhe dê discernimento e sabedoria para que sua adolescência e juventude seja coroada de êxito em o nome de Jesus. Sinceramente gostaria de já estar aposentada. Sinto que tenho tanto a fazer por aqui. Sou uma pessoa tão melhor quando faço o que gosto e preciso. Não é que não goste do meu trabalho. Gosto sim e procuro fazê-lo com zelo, dedicação e gratidão. Mas as outras coisas que produzo fora do meu trabalho me dão sem dúvida muito mais prazer. Faltam ainda alguns anos para que eu me aposente, então procurarei me esforçar ao máximo para sair de lá com orgulho do meu trabalho, pois foi graças a ele que consegui me manter até aqui. Ele é uma benção sem medida de Deus para mim e os meus. Como é normal na virada do mês meus hormônios estão acabando comigo, sinto-me extremamente cansada e desgastada, mas sei que em breve vai passar então é lidar com isto com tranqüilidade.

Montanha Russa do TBA



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Montanha russa do T.B.
Viver na montanha russa do transtorno bipolar sob controle é viver se observando, aceitando limitações e compreendendo a importância constante de ultrapassar barreiras nem sempre transponíveis com a facilidade necessária. É vencer a si mesmo a cada dia...
Teresa Azevedo
Publicado no Recanto das Letras em 03/09/2009
Código do texto: T1791110

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Decreto falêciade mim mesma


Um profundo sentimento de tristeza me invadiu, não é uma tristeza comum daquelas que todos sentem. É uma dor tão grande, tão incontrolável. Tenho medo de tudo, especialmente de mim. É tão complicado para mim entender o que está acontecendo comigo. Não consigo me colocar diante das pessoas e quando me coloco sou ignorada como se eu não existisse pela maior parte das pessoas. Sinto-me tão franca e frágilizada com tudo. Parece que minha capacidade se foi e não con sigo me encontrar em nada, a não ser no amonteado de fracassos. Tento reagir e não consigo, parece que estou presa em uma bolha de vidro da qual não posso sair. Pensei muito e resolvi tomar uma atitude. Decretei falência de mim mesma. É certo que sem Ti nada sou, meu Deus. Mas Tu bem sabes que infelizmente, eu preciso sentir, tocar. Todas as irrefutáveis provas que estás comigo não me bastam e eu, minimamente, preciso de alguém humano como eu. Alguém que me acompanhe , não que me dê ordene, ou simplesmente me corrija os erros. A correção vinda de Ti é tão mais fácil, mas de outro ser "como" eu é tão penosa. Se ao menos fosse alguém que me passasse Teu recado, mas não. Perdoe-me Deus por ser tão limitada.
É o caos, mas ainda, apesar da fadiga respiro, sou lúcida para perceber que estou a um passo da loucura veemente. Não me quero inútil, mas sou. Preciso produzir, ser útil, mas não consigo. Quão impotente e desnorteada me encontro e como desejo me reencontrar em Teus caminhos. Sei que não sou de todo inservível, mas não consigo achar o fio da meada para recomeçar. Ajuda-me, preciso redescobrir a mim mesma. Agora me entrego a Ti constrangida, mas sem covordia, afinal de nada adianta ser covarde. Estou falida, mas consciente e desejosa de me recompor. Ajuda-me, imploro-Te...

Reescrito o texto acima demonstra uma de minhas crises constantes de há alguns anos. No momento sentia-me incapaz e tudo que me pediam para fazer eu tinha um medo terrível de não conseguir e assim eu bloqueava todas as possibilidades de realizar. Supervalorizava as coisas que julgava ruins. Sofria de forma a ficar depressiva com coisas que muitas vezes deduzia que pensavam a meu respeito. Hoje encontro-me bem. Naturalmente, como todo mundo tenho meus problemas, momentos de tristeza, mas nada fora do normal. Vivo a me observar e cada comportamento que julgo ser destorcido eu procuro trabalhar repensando o mesmo, refletindo e buscando a direção correta. Existe uma luta diária contra os sintomas do transtorno bipolar, mas agora tenho vivido de forma estável e equilibrada. Felizmente há mais mais de um ano não tenho picos de depressão, nem de euforia e as compulsões estão sendo passíveis de um controle muito bom. Assim, decidi publicar o que tenho de material escrito da fase difícil, portanto leitores não se assustem, pois lerão muitas coisas assim, felizmente antigas.

Incnstância de um ser ao long a vida


Inconstância de um ser ao longo da vida - reescrito

Passos lentos, lentos passos.
Passos que não se apressam em andar.
Passos rápidos e largos passos.
Passos que correm a alcançar.
Passos lentos por serem ensaios ao desconhecido.
Lentos passos por serem conclusões do que conhece tão bem.
Passos rápidos que buscam o futuro com garra e fulgor.
Rápidos passos que se apresentam a fugir do tudo que já andou.
Um pubere que treina seus primeiros passos em direção ao infinito.
Um adolescente que corre a abraçar seus impulsos.
Um adulto que tenta em uma corrida agarrar sua vida.
Um contraste no correr e no correr, no andar e andar.
Que fadiga me invade ao correr.
Que fadiga tola me derruba até no andar.
Que energia explode repentinamente no meu interior.
Que energia alcanço, e de um nada ela consegue fugir.
A cada dia sou um ser, as vezes em um mesmo dia sou mais de um.
A cada tempo sou um tanto.
As vezes me amo, outras me odeio.
Há dias em que me basto, outros em que não posso.


Hoje compreendo melhor essas mudanças de humor que sempre existiram em mim e sempre me atordoaram tanto. E hoje não as sinto assim tão bruscamente. Estou equilibrada com a graça de Deus.

Vales e picos


Por caminhos obscuros, busquei clareiras d'alma de forma que pudesse me acalmar, saber que a vida renasce e concentrando-me encontrar um caminho seguro a ser seguido, a resposta as perguntas que me assolam a mente, inquietam o corpo e entorpecida me vejo totalmente perdida sem destino , sem saída, sem um ponto de chegada.
Pele rusga, músculos enrigecidos, coração palpitante, medo do desconhecido, euforia, prazer, palavras que saem aos montes sem vírgulas, sem pontos, umas sobre as outras, confusas e nulas, tentando ser eloquentes, mas nada são além de distorções de comportamento, acúmulo e atropelo de pensamentos, congestionamento de idéias, vendaval, explosões.
E de novo as profundezas deprimentes, terríveis, assustadoras, trêmula me encolhi em paura e solidão. Tudo tão irreal, tão grandioso em sentimentos de dor, infinitamente maiores do que eram, superdimensionamentos tolos e incontroláveis.
Mais uma vez euforia, compulsões, descontrole, perda de foco, ilusão de ter capital além do que não se tem, de querer tudo o que se vê, de achar que pode mais do que pode e, quanto mais consome, mas quer consumir, coleções de sapatos, de bolsas, de cintos, coleções e coleções para alimentar o êxtase.
Mas então a realidade, a tristeza, a percepção do caos.
Entre vales e picosm subindo e descendo uma vida até descobrir a causa e buscar a ajuda correta, alcançando o equlíbrio.

Eu bipolar e estável


Eu bipolar e estável

Congruência, estilo ideal.
Longe do letal, o equilíbrio.
Reconhecendo-me em mim.
Olho no espelho e me contemplo.
Existo, minha imagem refletida.
Nela minha alma contida.
Não sou fantasma louco.
Nem monstro rouco
Sentença de inocente.
Liberdade e vida.
Longe de mim a ferida.
Já na sangra, nem dói.
Resta apenas a cicatriz.
Algumas poucas sequelas.
Rusgas,manchas amarelas.
Ainda sou bipolar, mesmo que estável.
Sei do meu limite e do meu rasgo.
Consigo ser feliz e estar bem.
Apenas preciso compreender as fronteiras.
Estar sempre atenta, me observando.
Analisando-me e me equacionando.
Inquerindo-me, me guiando.
E quando por ventura eu fugir de mim.
Escapar-me por entre os dedos.
Terei que correr e apressar em achar-me.
Pois de mim não posso me perder.
Em Deus sempre me irei ter.
Nele buscarei forças e aceitação.
Minha luta é constante e perene.
Mas não estou só, nem sou só.
Somos muitos e juntos podemos.
Nos compreender melhor.
Eu bipolar e estável.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Dia 1

Este é um daqueles períodos do mês que o remédio acaba e eu não consigo pegar nova remessa. Estou há dois dias sem meu controlador de humor. Por hora tudo normal, mas amanhã vou ter que pegá-lo pois já sinto o preúncio de alterações. Tenho muito que fazer amanhã, desde as rimeiras horas então que Deus me permita uma noite que me baste.