segunda-feira, 21 de abril de 2014

Nuances de corpos

Nuances de corpos

Nuances
Navegando
Insolentes
Intrigantes
Amplas
Astutas
No corpo das gentes
Na força do amor.
No instigar das Paixões

Texto extraído do livro “Peripécias de Poeta” de Teresa Azevedo que pode ser adquirido no site www.clubedeautores.com.br


Pintura de Francisco Goya

Loucura II

Vieram os homens.
Arrombaram minha mente,
Destroçaram meus sentidos.
Condensaram minhas lembranças e
Retalharam meu ser original.
De mim restou apenas palha
Seca e sem vida.
Desidratada...

Texto de Teresa Azevedo extraído do livro “Poesia com Brandy” que pode ser adquirido no sitewww.clubedeautores.com.br

Pintura de  Edvard Munch

sábado, 19 de abril de 2014

Depoimento de uma crise



O depoimento abaixo não foi publicado por autopiedade ou coisa do gênero. Como todas as postagens deste blog, meu intuito é de ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema que eu, obter seus comentários e até experiências.

Para ajudar minha família em um momento de dificuldade financeira, comprar medicação, dieta especial e outras coisas para meu pai que ficou doente há mais de dois anos, sustentar meu sentimento de poder e instinto maternal para com todos que me rodeiam passei a utilizar cada centavo do cheque especial e o cartão de crédito como parte do meu salário.

Por alguma razão que desconheço o banco me deu limite equivalente a mais de 80% do que eu ganhava. Coisas que os Bancos fazem e pessoas idiotas ou desesperadas se deixam enganar pela falsa resolução de seus problemas ou para aparentar um falso status.

Fingi para mim mesma que tudo estava bem, sob controle e que de fato poderia contar com aqueles pseudos recursos adicionais.

Quando me dei conta do tamanho do buraco que estava e sem poder sair já era muito tarde. Naturalmente que a gerente me ligou oferecendo novo empréstimo que, segundo ela quitaria esta minha dívida, nem me lembro em quantos meses era o tal, sei apenas que se concordasse em fazê-lo viveria na mendicância.

Durante alguns meses consegui pagar o mínimo de cada valor devido, porém com o decorrer do tempo a situação ficou insustentável, não só pelo que já devia, mas porque meu salário foi todo para o pagamento de um adiantamento de IRPF por dois meses.

Há mais de 20 anos venho me endividando, fazendo empréstimos, novas dívidas, renegociando empréstimos já existente e vivendo em um círculo vicioso. E o mais grave nenhuma vez foi para adquirir algo relevante ou duradouro.

Meu casamento foi abadado por tal comportamento e durante todos os anos que fomos casados nunca conseguimos adquirir bens móveis ou imóveis. Assim que nos divorciamos ele conseguiu pagar suas despesas e adquirir bens e viver com tranquilidade mesmo nos ajudando.

Voltando ao dia da crise pensei em como tudo seria diferente se eu não tivesse as dívidas e me angustiei tão profundamente ao constatar que:


  1. A maior dívida, que será quitada somente daqui a 90 meses, corresponde mensalmente a um quarto do meu salário bruto. Seu montante me permitiria comprar uma casa em um cidade pequena e viver tranquila.
  2. A intermediária, sem previsão de quitação, me permitira comprar um carro seminovo e sobraria algum dinheiro.
  3. A menor seria suficiente para fazer pequenas edições de dois ou três de meus livros.
Observação: Além destas três tenho mais duas que correspondem mensalmente a 90% do meu salário líquido, ou seja, o que recebo de fato é um valor ínfimo que mal dá para passar o mês.


Pensei que fosse enfrentar um longo período depressivo, mas para amenizar a dor e o engasgo fiz este depoimento que no dia foi escrito de forma extremamente confusa, desordenada, prolixa e cansativa.  Hoje o reli e procurei torná-lo mais claro e objetivo. Ao terminar, tomei meus remédios e fui dormir fingindo que nada tinha acontecido.

Confiei em Deus presente em minha vida, fiquei mais calma daquele dia até o de hoje - não que minha situação tenha mudado em quase nada - mas porque voltei ao médico, expliquei o ocorrido, ele alterou a prescrição e medicada sei que de nada adiantará minha angústia.


Texto de Teresa Azevedo

Pintura de Edvard Munch




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sexta-feira, 18 de abril de 2014

"Eu"




“Eu”

Fragmentada, imprevisível,
Inconstante, preguiçosa,
Eufórica, depressiva,
Indefinida, nítida,
Aqui para ser descoberta.
Oculta em medos por proteção.
Cantada, dançada, falida, cansada.
Em algum tempo: linear, fora de mim eu sei...
No espaço longínquo, quase inascessivel.

Texto de Teresa Azevedo

Pintura de Júlio Romero de Torres