terça-feira, 31 de agosto de 2010

Conflitos cotidianos

Quase não tenho tido tempo para postar minhas experiências com o TAB, também devo admitir que tenho me mantido estável, apesar da correria insuportável e esgotamento que fico com meu ofício regular.
Manter-me estável não significa logicamente que não tenho apresentado sintomas e dificuldades, tão somente que os mesmo têm sido controlados. Nestes dias, por exemplo, em que o ritmo na Gráfica tem sido ainda mais acelerado eu tenho ficado totalmente acabada.
O esgotamento para mim tem sintomas interessantes. Pela manhã, normalmente renovada chego cantando e brincando com todo mundo. Na verdade pela manhã sou eu mesma, a mulher feliz e alegre que ama viver. Mas com o decorrer do dia as cobranças dos inúmeros orçamentos que não param de despencar e sempre o próximo será mais urgente ao anterior me "enlouquecem". Além disso, a cada tarefa concluída sempre há pelo menos um impedimento de ela evoluir com naturalidade, quer seja burocratica, financeira, arquivos que não estão adequados, técnica ou humanamente falando. Parece incrível como as coisas emperram, é de fato muito desgastante.
Quando eu estava na assistência, na época do gerente anterior podia ver os problemas de forma mais clara de forma a ajudar resolvê-los, mas agora que também atuo fazendo parte deles eu fico de fato perdida. Acho que já perdi a elegância e a compostura para gerenciá-los e resolvê-los; agora é nadar e nadar para não se afogar (o pior é que, cá entre nós eu não me afogo, mas fato os braços como louca e não saio do lugar)... Se não fosse não fosse crítico seria engraçado.
As vezes me sinto literalmente como uma barata tonta. Talvez seja porque ainda me resta aquela coisa de tenho que conduzir o barco e não apenas remar. Uma falta de identidade com a atual situação... Não sei trabalhar com pressão, isto é ponto pacífico. Uma falha genética talvez...
É incrível como meu ofício regular me deixa literalmente comparável a uma panela de pressão. Pela manhã sou como a panela vazia e depois com a água fria sendo colocada nela e logo após os legumes pouco a pouco sendo colocados confortavelmente. Então o fogo é aceso, esquenta, esquenta, esquenta, ferve, ferve, borbulha com a pressão (as vezes como que vejo minha mene borbular os pensamentos e afazeres) derrete os alimentos, no meu caso os "miolos".
Quando chega a tarde, minha cabeça está tão confusa, sinto como se fosse estourar, os pensamentos dispersos cruzam-se uns aos outros alucinadamente. As vezes sinto que vai estourar. Meu corpo já não responde mais aos estímulos. O cansaço físico toma conta de meu corpo de forma que não sou capaz de ser útil para mais nada.
Ao chegar em casa preciso me deitar, relaxar, deixar que os pensamentos voltem aoi lugar com a noite de sono, mas dia a dia eles vão ficando mais difíceis de se reconectar aos seus devidos lugares.
Se a noite fosse duas vezes o dia talvez conseguisse me recuperar e ter tempo de ser produtiva em casa, nos meus afazeres, com tudo que preciso e quero fazer e ser. Mas como ela voa e já é hora de despertar para um novo dia, sempre me sinto em dívida com Deus, minha família, com minha casa, com meus amigos, com minha criação e comigo mesma. Esta sensação é horrível e ainda mais desgastante.
Quando tiro férias volto a ser eu, mesmo que fique só em casa é delicioso, sem grana para viajar ou dar grandes passeios. Minha mente funciona como exatidão e tranquilidade, não que os afazeres domésticos me sejam aprazíveis, não são. Mas consigo produzir no que gosto e sei fazer. Escrevo, desenho, fico com minha família, quando necessário descanso. Desenvolvo processos criativos e aí tudo é maravilhosoooooo, como na música.
Faltam quase três anos para eu me aposentar, rastejo até lá, sei que a cada dia a minha saúde fica mais e mais prejudicada, quem me dera poder parar agora, mas não posso é claro.
Então, vamos prosseguindo, dando graças a Deus pór nosso emprego e pedindo que Ele nos capacite para desempenharmos nossos papéis com a capacidade e sabedoria divinas em o nome de Jesus. Amém

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