quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Abro a gaveta do tempo e, em um cartão de memória esquecido bem ao fundo, encontro meus sonhos, ideais e planos. Anos a vislumbrar a vida segundo minha vontade, determinando o fluxo que teriam meus dias, mas qual... Minha mente pueril e travessa, contrária ao meu corpo maduro, envelheceu. Juras que fiz, não pude cumprir, programas foram cancelados e o que não pretendi jamais, tive que fazer. Dos papéis e letras passei aos curativos, dos saraus ao acompanhamento e cuidados com meu pai, irmão durante o período de doença.Onde vi apoio e força só restou fragilidade e dependência. Amarguei lutos, abandonei fantasias e alimeitei-me da realidade. Preocupações fúteis deram lugar ao fazer diário.Permiti-me sofrer e aquietar-me, mas não perdi, neem perco oportunidades boas para sorrir, cantar e comemorar com os que amo. Se ainda tenho sonhos? Claro que sim, sou poeta, ainda que a poesia me falte muitas vezes. Sonhos e projetos que sei podem se efetivar ou não e, independente dos fatos tenho que seguir em frente, de cabeça erguida e atenta aos designos de Deus.. Não reclamo, nem me rebelo, apenas constato tais fatos e compreendo que Deus tem caminhos, segundo seus perfeitos propósitos e estes, muitas vezes, trazem consigo surpresas e mudanças extremas na direção contrária à desejada.

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