quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Poesia que escrevi há mais de dois meses, quando estava sofrendo ela pressões do trabalho sobre o TAB



Quando nem figurante eu sou...

Quando nem figurante eu sou...
Longe de tudo o que é meu estou.
Ressecada e distante da poesia,
Sem ventos, chuvas, verde ou fantasia.

Minha cabeça explode a todo tempo.
Como um vulcão em plena erupção.
Perdendo o senso crítico e rítmico.
Pior que o patinho feio me vejo ali.

Quero ser clave de sol em tua partitura.
Preciso ser protagonista de tua leitura.
Estar distante da prisão e deste chão.
Viver como ondas calmas em teu mar.

Há tempos em que fico seca, me falta a poesia.
Tempos de tormenta e aflição dos fazeres múltiplos.
Tempo que murcham de ser eu mesma.
Sou apenas máquina, enferrujada, encalhada.

Odeio viver estes tempos, engessada em horários.
Acabada, sem prazeres. Martirizada pelos deveres.
Travada em poças de agonia.
Onde o coração é só melancolia.

Sufocada na boca, sem papel, sem caneta.
Sem areia onde possa rabiscar meus sonhos.
Presa, envolta de plantações de murtas.
Um filme de longa duração fechado em um curta.

E para piorar ainda...
O que abunda em mim não mais fecunda.
Entorpecida de vontades cambaleio.
Enternecida de desejos vagueio.

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