quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Hibernação

Depois de hibernar um bocadão meio que sai da toca ontem. Tenho que fugir para não pirar. Não tenho tempo pra nada. Há tanto para fazer e eu me sinto exausta. Um estado de indolência me toma e resistir a ele é um custo, normalmente nem resisto, apenas me rendo...
Eu que sonhava em viver em uma chácara curtindo a natureza e podendo produzir muito enquanto escritora, que nunca gostei de cuidar da casa, lavar, passar, cozinhar, mexer com sangue alheio ainda que para curar tenho feito tudo isto.
Meu pai foi acometido por enfermidades, primeiro foi a perda de disposição, a hemorragia absurda, a diverticulite, as escaras resultantes do período prolongado de internação, os problemas de coração e por fim os diversos AVCs que o deixaram preso a uma cama, magérrimo e com escaras por conta disto. Minha mãe continua com suas muitas dores, algum esquecimento e boa dose de teimosia e etc... Por isto há quase três anos eu os trouxe para morar comigo.
De qualquer modo o que quero dizer com isto é que, apesar de eles não serem resmungões ou ingratos tenho sofrido principalmente com os cuidados com o meu pai, a magreza, as escaras são o que mais me desesperam. Quanta dor ao vê-lo assim.
Olha não tem sido nada fácil!
A gente passa a vida vendo os pais fortes, protetores e de repente os vê assim. Dói demais.
Sinto medo, muito medo, Há momentos que temo não resistir, quanto medo de surtar.
Se alguém me dissesse que minha vida mudaria assim eu não acreditaria ser capaz, na verdade não sou, mas Deus na sua infinita bondade tem me capacitado.
Ontem a noite meus pensamentos monstros me aterrorizaram então clamei a Deus e ele me acalmou e é assim vivendo um dia de cada vez e ao fim dele dizendo por mais um dia venci.


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