terça-feira, 8 de setembro de 2015

Insegurança x euforia perigosa

Desde a semana passada fui tomada por um estado eufórico preocupante. Na verdade, antes disso eu andei sonolenta e insegura. Fiquei alguns dias tomando apenas 2 dos 3 comprimidos de ácido valproico. A insegurança melhorou bastante, sentir-me segura é algo maravilhoso. Entretanto, percebi que ela poderia dar lugar a mania, o que é desesperador. Voltei, imediatamente, à antiga dosagem e medicação, ou seja: 2 comprimidos de lamotrigina (cedo e à noite) ; 3 comprimidos de ácido valproico (cedo, à tarde e à noite) e 1 comprimidos de bupropiona.

A linha entre o equilíbrio e a mania ou depressão é muito tênue, o que nos deixa suscetíveis à fases de instabilidade nada aconselháveis. Com o decorrer do tempo e a atenção redobrada quanto ao uso correto da medicação é possível pontuar situações do gênero. Passamos a reconhecer sinais que podem provocar crises.

Fico sempre atenta quando me percebo muito triste e medrosa ou muito falante, incapaz de não expressar opiniões nem sempre agradáveis, com desejo de comprar tudo o que vejo pela frente, correndo tanto com minhas tarefas que mal consigo me acompanhar, com uma pressão atordoadora na cabeça, não conseguindo me concentrar,  com dificuldade de dizer não para coisas que me são impossíveis ou não possíveis no momento, derrubando e quebrando coisas, com vontade de me isolar, etc. 

Felizmente surtei uma única vez e espero que não aconteça nunca mais, por isso sou tão preocupada com meu tratamento. Foi um episódio bastante rápido, ainda assim doloroso. Fora isso tive estados depressivos ou eufóricos controláveis durante toda a vida, de forma que até o surto sequer tinha sido diagnosticada como portadora de T.A.B. Meus tratamentos eram voltados à depressão, síndrome do pânico e coisas do gênero. Os impulsos exacerbados, um tanto agressivo muitas vezes e momentâneos que me eram intrínsecos eram atribuídos a uma personalidade forte.

  1. Ilustração Ismael Nery - pintor brasileiro de influência surrealista. Nasceu 9 de outubro de 1900, em Belém do Pará e faleceu em 6 de abril de 1934, em Campo Grande , Rio de Janeiro. Estudou na Academia Imperial de Belas Artes.
E não se esqueçam que sou apenas uma portadora de T.A.B e não uma especialista no assunto. Alguém que compartilha experiências e suscetibilidades da doença para talvez alertar alguém sobre a necessidade de buscar ou permanecer com o tratamento. 

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