sábado, 17 de agosto de 2019

Há tanto tempo que não entro aqui. Na verdade não por falta de vontade, mas de tempo. A ideia de compartilhar meus relatos contínuos foi uma alavanca para meu bem estar. Desde o início obtive tantas vantagens com tal atitude que fui criando novos mecanismos. Primeiro a intenção foi mesmo desabafar, depois eu queria contar o quanto a poesia, escrever e me expressar de todas as maneiras que estivessem ao meu alcance foi maravilhoso, com o tempo pessoas com problemas iguais ou parecidos ou mesmo profissionais que trabalhavam com isto foram me propiciando alavancas que permitiam um equilíbrio tão almejado. Os feedbacks eram deliciosos, não vou dizer que fui curada porque faço uso de medicação até hoje, 1 comprimido de ácido valproico de 500 mg e 1 de lamotrigina são minha ajuda química, a família o meu alicerce, os amigos o abraço e atenção, os pares a oportunidade de ver que outras pessoas sofrem com problemas de saúde mental e isso não as torna menos importantes, talentosas ou parte da sociedade, pelo contrário. Entretanto, havia a exclusão a ser combatida, exclusão que todos sentimos em um ou outro momento em nossas vidas, e foi aí que, em 2013, escrevi o livro de poesias Ondulações, onde a ideia era dar ao leitor a oportunidade de também compartilhar seus dramas e para isso eu mantive uma folha em braco após cada poesia. No mesmo ano percebi que precisava ir além e escrevi o Projeto Ondulações, um projeto lítero social que leva poesia e arte a todo lugar onde existam pessoas com quaisquer tipo de mazela ou exclusão. O Projeto vingou e desde o seu início estive, juntamente com voluntários que compraram a ideia,em aproximadamente trinta instituições. Trabalhamos com poesia, arte, cultura de modo geral, mas principalmente com o resgate da auto-estima dos assistidos. Após seis anos de estrada estamos em vias de nos tornarmos uma Associação. Temos mais de vinte publicações sobre nossas andanças e a cada evento somos fortalecidos pelo carinho com que somos recebidos e com as trocas de experiência que realizamos. Com o projeto a todo vapor há três anos tive alta da terapia que vinha fazendo desde o meu primeiro e, graças ao bom Deus, único surto. Hoje tenho plena convicção de que esse filho crescido chamado "Projeto Ondulações", que em breve deverá se tornar a Associação OndulArte é o combustível mais adequado para o meu equilíbrio f´sico e emocional. Decidi interromper o relatório de atividades que estava trabalhando, pois para prepará-los estava transcrevendo os trabalhos que os assistidos de uma Clínica de Saúde Mental fizeram e a cada leitura minha gratidão a Deus foi se tornando incontrolável de tal modo que precisava dividi-la com você leitor que hoje ou daqui a algum tempo lerá este breve relato. Sendo assim, permita-me lhe dar um conselho: seja o que for o seu problema, trabalhe você onde trabalhar, ainda que não trabalhe ou estude o que gosta, não guarde para si suas mágoas, talentos e sonhos. Compartilhe-as de algum modo, seja por meio de um blog, de amigos, parentes, um livro, uma tela, um esporte ou o que melhor lhe aprouver. Creia em Deus e em você mesmo. Reconheça-se como pessoa importante e capaz e escolha fazer pelo menos uma coisa que de fato goste com a maior frequência que puder. Nem sempre podemos fazer o que de fato queremos e gostamos o tempo todo, mas com certeza podemos fazer tais coisas em alguns momentos. E se você gostou do que falei sobre o Projeto Ondulações e tem interesse em ser um voluntário no mesmo entre em contato pelo e-mail:ondularte.associacao@gmail.com Teresa Azevedo Poeta, escritora e coordenadora do Projeto Ondulações

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