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segunda-feira, 17 de maio de 2010
As enzimas começaram digerir a situação da minha mãe...
Estou conseguindo falar (escrever) sobre o problema de saúde da minha mãe dentro da devida realidade e proporção. Finalmente cai na real. Sei que é doloroso, mas eu precisava digerir isto. Abaixo uma poesia que postei no site hoje.
Calabouço, esboço de mim...
Volto no tempo e no espaço.
E de tão longe me faço.
Coberta de tristeza e dor.
Há uma mágoa incontida.
A me perseguir pela vida.
E eu que a pensei morta.
Corta tais laços deselinho.
Tinha dezessete anos, então.
Fui pega pela cruel surpresa.
Vê-la então ensanguentada.
Enraivecida, desalinhada.
Pior do que tudo isto, só a rejeição.
Querer-me bem distante.
Não ser sequer parente.
Inimiga sim na obscuridão.
Cuide-te, mais uma vez fui forte.
Mas ali perdi meu norte.
Esfacelei-me de dor.
Não que lhe perde-se o amor.
Mas hoje ainda após trés séculos.
Meu coração que guardou segredo.
Reluta grande cheio de medo.
Para por ti nenhuma mágua guardar.
Sei que também se doou.
Além do que de mim se orgulhou.
Mesmo distante sempre ali presente.
Não quero que se vá mãe minha.
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