domingo, 2 de maio de 2010

Relembrando


Eu tinha quatro anos quando meu irmão do meio nasceu. Fazia tempo que eu era a criança mais mimada na família de minha mãe. A neta mais nova. Eu amava ser o centro das atenções. No dia do nascimento fui visitar minha mãe e ele no hospital e por alguma razão estávamos só nós duas no quarto quando eu pedi para ir ao banheiro e minha mãe me levou. Assim que terminei corri na frente dela, fui até o quarto, peguei o bebê na cama e quando minha mãe chegou eu quase o derrubei da cama. Não sei se aquele fato foi um acidente ou intenciosanal.
Outra vez recebemos uns amigos de minha mãe com uma menina da minha idade. Ela resolveu que queria a boneca que eu mais gostava e eunão queria dar de jeito nenhum. Após muita insistência deixei que ela ficasse com a menina e fiquei absolutamente tranquila. Pelo menos era o que parecia. Quando eles estavam saindo eu peguei a menina e dei uma mordida horrível nela. Todos ficaram envergonhados comigo. A menina saiu aos prantos e éc claro que o casal nunca mais levou a filha comigo.
Eu vivia grudada na minha tia quando ela ia fazer compras. Odiava que segurasse minha mão apesar de eu ser bem pequena. Então ficava tentando convencê-la a me deixar livre. Certa vez consegui que ela me soltasse. Andri um metro provando que minha promessa seria cumprida e em seguida atravessei no meio dos carros. Felizmente um policial conseguiu me pegar e evitar coisas piores. Ele ficou bravo com a pobre de minha tia naturalmente.
Estes comportamentos inesperados de minha infância me deixam um tanto assustada.
Depois que cresci um pouco, por volta dos sete anos fui morar com minha mãe onde fiquei até os treze, esta foi uma fase diferente. Eu era uma menina mais tranquila e tornei-me tímida até meus doze anos quando comecei fumar, matar aulas e arranjei um namoradinho. Desde então me despertei para o romance e o apego a um par. Passei a necessitar de alguém ao meu lado o tempo todo. Lembro-me que depois que eu dei o fora no meu namorado aos quinze anos, por ele ter outra pessoa, eu sofri demais. Mas não voltei atrás mesmo ele tendo implorado arrependido para que eu fizesse isto. Desde então decidi que não ia mais sofrer e sempre tinha alguém em vista para o caso do fim de um relacionamento. De fato eu me revesti desta couraça e "deixei do sofrer".
É claro que deixar de sofrer é algo bem impossível, deixei considerando aquele aspecto. Mas nem sempre foi assim.
Quando se é solteiro e sem filhos as coisas são muito diferentes de quando nos casamos e nascem nossos mais queridos, mas isto é outra história.

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