segunda-feira, 26 de abril de 2010

Minha intensidade é uma faca de dois gumes


Minha intensidade assusta e me afasta dos meus relacionamentos. Para mim o estar junto é algo tão agradável que quero fazê-lo o tempo todo. Faço isto com muita naturalidade para mim, porém não na visão do outro. O outro, desacostumado com alguém capaz de se doar tanto, reprime-se e afasta-se. Não é um ato pegajoso, mas absoluto e pleno.
Quando eu tenho alguém o meu mundo se volta para a pessoa de forma total. Eu vou compreender as coisas a minha volta e vivenciá-las, mas minha prioridade é o ser amado. Você pode pensar que neste momento esqueço-me de mim, mas não. Ao contrário, eu vivo o melhor e mais verdadeiro de mim que a a plenitude.
Além disso, sou traída por minha autenticidade e espontaneidade. Uma transparência que sempre me despe emocional e psiquicamente. Também isto é armadilha contra mim mesma. O interessante é que a pessoa não me vê como de fato sou e sim como uma ameaça. Estou ali, despida e entregue, sem restrições, sem demagogias, pronta para captar o melhor do outro e ajudá-lo a perceber isto. Pronta para oferecer o meu melhor sob todos os aspectos. Mas na verdade sou uma ameaça a mim mesma que, camuflada de despojo, afasta de mim os que amo.
A fidelidade de meus atos e emoções e sua lealdade trazem a tona situações que "deveriam" passar despercebidas. Se fosse possível que a pessoa visse a energia, amor e dedicação expelidos de mim no momento de cada troca, a cada palavra e gesto saberia compreender a veracidade do que digo. Porém, mas quando vê somente o que digo sem compreender os sentimentos que estão envolvidos detém na maioria das vezes palavras e fatos que não lhe são bons ou convenientes.
Não sei se consigo ser clara, talvez eu esteja apenas devagando. O que desejo realmente é expressar o meu desejo intrínseco de estar e fazer feliz a alguém. O preocupar-me com o outro, o estar antenada a tudo que pode ser útil, bom agradável e lhe permitir ser uma pessoa melhor.
Talvez isto seja errado, eu não sei. Sei apenas que deixar de ser assim é negar a mim mesma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário